Escrito por: Redação RBA
Discriminação racial foi tema de painel durante 24º Seminário Internacional de Ciências Criminais realizado pelo IBCCrim
Para juristas que participaram do 24º Seminário Internacional de Ciências Criminais, em São Paulo, o sistema de justiça brasileiro é racista e toma muitas das suas decisões em função da cor da pele. Isso explica, segundo eles, a população negra corresponder a 64% dos encarcerados e representar apenas 15,6% dos magistrados, de acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) e do Censo do Poder Judiciário.
"Só pode existir racismo se houver um sistema de justiça que seja conivente com areprodução de suas condições. Onde tem um Estado, juristas, promotores e advogados são todos compromissados com a manutenção do sistema e não necessariamente com o afastamento das desigualdades", explica o presidente do Instituto Luiz Gama (ILG), Silvio Luiz de Almeida, ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT.
A discriminação racial tem papel influente no processo de "naturalização das desigualdades", o que, para a supervisora do Núcleo de Educação do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Amarílis Regina Costa, torna a discussão, tema de painel nesta quarta-feira (29) no seminário, central para o combate ao preconceitro.
"Debater o papel do Judiciário dentro da permanência e da propagação dessa ideologia é algo urgente, central. E a única forma de nós buscarmos a equidade, a isonomia e uma sociedade que caminha para apontamentos mais justos", defende a supervisora.
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