Escrito por: Redação CUT
CNN Brasil, que já havia demitido 35% da equipe do Rio fecha redação e demite jornalistas em várias capitais. Em comunicado, fala em ‘fortalecer DNA do canal’ e "readequar custos ao cenário econômico do país"
A CNN Brasil demitiu mais de 100 jornalistas, além de outros trabalhadores do setor administrativo nesta quinta-feira (1º), a 23 dias do Nata. Em comunicado interno, a direção do canal disse que os dois principais objetivos da demissão em massa foram "fortalecer o DNA do canal", seja lá o que isso signifique, e "readequar custos ao cenário econômico do país". O segundo objetivo todos trabalhadores sabem o que é: a CNN Brasil quer aumentar os lucros.
Não houve nenhuma negociação com os representantes do sindicato da categoria, apesar de os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) terem decidido, em junho deste ano, que as empresas são obrigadas a fazer negociações coletivas com os sindicatos antes de promoverem demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras.
Em agosto, a CNN Brasil demitiu 35% da equipe do Rio e agora, fechou a sucursal demitindo os 40 que sobraram, entre eles, Sidney Rezende.
Em São Paulo, entre os 60 demitidos tem jornalistas que pediram demissão da TV Globo apostando em uma carreira na CNN Brasil, entre eles Monalisa Perrone, que disse, em 2019, ter recebido uma "proposta irrecusável" para fazer parte do elenco do canal. Veja abaixo a lista dos demitidos.
Em postagem no Facebook, o Sindicato dos Jornalistas do Rio ressaltou o fato de as demissões terem sido anunciadas às vésperas das festas de fim de ano, e sem qualquer aviso prévio às equipes ou ao Sindicato. De acordo com o sindicato, a equipe foi convocada para uma reunião pela manhã e lá informada sobre o fechamento da sucursal.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo solicitou uma reunião de emergência com a direção da CNN Brasil, ao mesmo tempo em que dirigentes foram à sede da emissora para cobrar explicações. De acordo com postagem no perfil do sindicato no Twitter “como resposta, a CNN não forneceu a quantidade de jornalistas demitidos, mas afirmou genericamente que realizará os pagamentos das rescisões”.
Ainda de acordo com a postagem, os dirigentes terão uma reunião com diretores da CNN Brasil e vão apurar se a ação da empresa não se configura como uma demissão em massa - neste caso, a empresa estava obrigada a dar ciência ao sindicato.
Nesta sexta-feira, o Sindicato organizará uma reunião com os profissionais demitidos para discutir coletivamente a questão e como agir.
Solicitamos uma reunião de emergência, mas não obtivemos resposta. Assim, nos dirigimos à sede da emissora para cobrar explicações: como resposta, a CNN não forneceu a quantidade de jornalistas demitidos, mas afirmou genericamente que realizará os pagamentos das rescisões.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) December 1, 2022Confira quem foi demitido da CNN Brasil
Monalisa Perrone (âncora-SP) – como o contrato dela terminaria no ano que vem, a jornalista receberá uma indenização pelos meses que faltam.
Sidney Rezende (âncora-RJ)
Gloria Vanique, que também pediu demissão da TV para trabalhar na CNN Brasil e foi demitida ontem.
Heloísa Vilela, ex-correspondente de Record e Globo nos Estados Unidos.
Marcela Rahal (SP)
Isabella Faria (SP)
Boris Casoy (analista-SP)
Roberta Russo (SP)
Fernando Molica (analista-RJ)
Alexandre Borges (analista-RJ)
Bessie C (editoras-Brasília)
Danúbia Braga (repórter-SP)
Kenzô Machida (comentarista e apresentador-Brasília)
Bruna Ostermann (repórter-Porto Alegre)
Anthony Wells (repórter que cobria Copa do Mundo e fazia entradas para a CNN americana)
Everton Souza (repórter-RJ)
Bruna Carvalho (jornalista-RJ)
Gabrielle Ravasco (repórter-Santa Catarina)
Teve demissão ainda na área Soft e em escritórios internacionais. A designer Rita Wu, que fazia o CNN Nosso Mundo, foi dispensada.
Stephanie Alves, até então apresentadora do Novo Dia, deixará o telejornal e passará a ser apresentadora esportiva.