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Para frear nova onda de Covid, Araraquara volta a decretar medidas mais restritivas

Araraquara enfrentou uma crise hospitalar com aumento de internações e mortes pela doença e implantou medidas restritivas de circulação. Após isso, os casos da doença despencaram

Publicado: 21 Maio, 2021 - 15h30 | Última modificação: 21 Maio, 2021 - 15h37

Escrito por: Redação CUT

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
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Com alta de novos casos de Covid-19, o prefeito de Araraquara,  Edinho Silva (PT), baixou um novo decreto com medidas mais restritivas para evitar a aceleração da contaminação na cidade.

A medida determina que as atividades econômicas voltarão a fechar caso o número de casos da doença chegue a 30%, entre sintomáticos, por três dias seguidos ou por cinco dias alternados.

O decreto foi assinado na quinta-feira (20), um dia depois da cidade, que fica no interior do estado de São Paulo, registrar aumento de 14% de casos positivos do novo coronavírus nas amostras coletadas. Esse foi o maior percentual deste mês de maio.

É a segunda vez que Edinho toma medidas mais duras para conter a pandemia. Araraquara virou referência nacional no combate à pandemia por ser a primeira cidade brasileira a decretar lockdown total, no início deste ano quando a cepa mais agressiva e letal que surgiu em Manaus chegou à cidade.

Em fevereiro, Araraquara enfrentou uma crise hospitalar com aumento de internações e mortes pela doença e implantou medidas restritivas de circulação. Em março, o prefeito decretou lockdown na cidade, que durou entre 10 e 45 dias. Durante o confinamento obrigatório, os ônibus não circularam, os postos de gasolina e supermercados também fecharam as portas por uns dias e depois os supermercados passaram a atender só delivery. O prefeito também adotou políticas públicas para ajudar as pessoas que ficaram sem renda a ficar em casa.

O resultado foi queda no número de casos e de mortes e a cidade virou referência da efetividade do lockdown para conter a disseminação do vírus. Dois meses após o 1º dia de 'lockdown', Araraquara teve uma queda expressiva de 74% na média móvel de novos casos.

Dois meses depois, a cidade voltou a registrar ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) chegando a 94% e o número de casos começou a subir muito rapidamente. Prevendo uma nova situação dramática, caso as pessoas não mantenham a adesão a protocolos rígidos para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, o prefeito assinou um novo decreto.

A secretária da Saúde de Araraquara, Eliana Honain, afirmou nesta sexta-feira (21) em uma transmissão ao vivo na página da Prefeitura de Araraquara no Facebook, que foram realizados nos últimos dias 901 testes, entre sintomáticos e assintomáticos, 94 deles deram positivo para o novo coronavírus, o que representa 10%.

Ela afirmou que essa é a medida crucial para contornar o cenário de tragédia e salvar milhares de vidas no Brasil. “A arma que o Brasil tem hoje é o distanciamento social, mas é preciso coragem dos governantes para decretarem um lockdown”.

Já o prefeito Edinho afirmou que “a terceira onda virá, e será violenta”, referindo-se não apenas ao município, mas a todo o estado de São Paulo.

Números da pandemia

Araraquara registra 431 mortes desde o início da pandemia, 2 ocorridas nas últimas 24 horas.

Nesta sexta-feira (21), a cidade registrou duas mortes por Covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura. Também foram confirmados mais 94 casos e agora são 20.447 infectados desde o início da pandemia.

Para agravar, Araraquara recebe pacientes de cidades vizinhas que têm estrutura mais precária —52% dos internados em enfermaria e unidades intensivas do município são de outras localidades.