Para mulheres, eleições diretas para recuperar a democracia
Militantes, intelectuais, artistas e sindicalistas participam de ato na capital paulista
Publicado: 13 Junho, 2017 - 13h43
Escrito por: Vanessa Ramos - CUT São Paulo
Em todo o país, atos pela saída do golpista Michel Temer (PMDB) e por eleições diretas ocorreram no domingo (11) em diferentes partes do Brasil. Na capital paulista, as mulheres protagonizaram uma ação que contou com shows e diversas representações políticas. A atividade ocorreu no Largo do Arouche, no centro de São Paulo.
No palco, o evento “Mulheres pelas Diretas e pelos Direitos”, organizado por militantes, feministas e intelectuais teve a participação de artistas como Ana Cañas, Luana Hansen, Barbara Sweet, Aíla, Flora Matos, As Bahias e a Cozinha Mineira, Trans Sarau, Slam das Minas, Brisaflow, Tati Botelho, Stefanie Roberta e Preta Rara.
Sindicalistas de diferentes categorias, ligadas à CUT, também estiveram presentes para mostrar que a luta pelos direitos trabalhista e previdenciário não se dá apenas nos locais de trabalho.
“Comemoramos 100 anos da primeira greve geral no Brasil, um momento em que operários e operárias lutavam pela redução da jornada de trabalho, por direitos à licença-maternidade, para que crianças não trabalhassem e para que tivéssemos aposentadoria. E depois de tantos anos estamos aqui lutando para que nossos direitos não sejam retirados”, afirmou a secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Oliveira Magalhães.
Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Ana Rosa Garcia, ressaltou importância da participação das artistas contra o golpe, ao lado de militantes históricas.
“Até mesmo mulheres que lutaram contra a ditadura militar na década de 1960 contaram a violência vivida, as prisões e como resistiram. Sabemos que muitas dessas repressões se repetem hoje”, disse, ao citar as ações dos governos tucanos de Geraldo Alckmin e de João Doria durante os protestos dos movimentos populares em São Paulo e na recente ação policial na Cracolândia.
Para a socióloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, o ato demonstrou que a realização de eleições diretas é urgente e esta é uma das formas de recuperar a democracia roubada.
“Esse Congresso que está aí não tem o mínimo de representatividade já que é composto por maioria masculina, branca, formado por conservadores com ações e pensamentos retrógrados. Soma-se a isso o fato de que este é um Congresso que leiloa diretamente a democracia, altamente corrompido, ou seja, que não tem legitimidade para escolher o novo presidente”, defende.
Também contrária à composição de um Congresso formado por parlamentares golpistas, pela revogação das reformas trabalhista e previdenciária e por eleições diretas, Adriana lembrou ainda que no próximo dia 20 haverá mobilizações em todo o país, organizadas pela CUT e demais centrais sindicais, com apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. No dia 30, as mesmas entidades preparam uma Greve Geral.