Escrito por: Redação CUT

Para ONU, ondas de calor e de incêndios no mundo é ‘suicídio coletivo’

Se os países não mudarem as formas de consumo de energia, como a de combustíveis fósseis (petróleo), a humanidade vai continuar sofrendo com ondas de calor e incêndios florestais

Valter Campanato/Agência Brasil
Imagem de incêndio no Basil

O continente europeu vem passando por uma forte onda de calor com temperaturas chegando a 40 graus em Londres, Inglaterra. Em Nantes, na França, houve o registro histórico de 42º.

Em consequência disso, incêndios florestais estão ocorrendo desde o fim de semana na Europa, América do Norte  e até América do Sul, onde o sítio arqueológico de Machu Picchu (Peru) foi ameaçado pelo fogo.

Na Europa, o maior recorde de calor foi registrado em Portugal, com a temperatura atingindo a 47º, o que provocou grandes incêndios em regiões de florestas no país que já consumiram mais de 38 mil hectares, a maior área queimada desde 2017, quando uma série de casos semelhantes levaram a um total de mais de cem mortes. O fogo queimou metade da cidade de Murça, onde um casal de idosos tentando fugir foi encontrado morto em um carro carbonizado.

O calor extremo vem quebrando recordes em todo o mundo nos últimos meses, quando ondas de calor atingiram a Índia e o sul da Ásia, as secas devastaram partes da África.

A alta recorde das temperaturas levou António Guterres, secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a alertar que a crise climática, provocada pelo aquecimento global está levando a humanidade a um “suicídio coletivo”, durante reunião do Diálogo Climático de Petersberg com autoridades de 40 países, em Berlim (Alemanha), nesta semana.

"Metade da humanidade vive em zonas de perigo de inundações, secas, tempestades extremas e incêndios florestais", afirmou Guterres, segundo relato do jornal britânico The Guardian. "Mas continuamos alimentando nosso vício em combustíveis fósseis; nós temos uma escolha: a ação coletiva ou o suicídio coletivo".

A reunião em Berlim convocada anualmente nos últimos 13 anos pelo governo alemão, marca uma das últimas oportunidades para chegar a um acordo entre os principais países antes da cúpula climática da COP27 da ONU no Egito em novembro.

Na Cop26, os países concordaram em limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, mas os compromissos assumidos não eram suficientes para atingir esse objetivo. Todos os países concordaram em apresentar este ano planos nacionais aprimorados para emissões de gases de efeito estufa.