Paraná: sessão às escondidas é uma mancha na democracia
Poderes Executivo e Legislativo começam legislatura atropelando anseios da população
Publicado: 12 Fevereiro, 2015 - 12h13
Escrito por: CUT-PR
O caos que toma conta do cenário político paranaense tem nome e sobrenome: poder executivo e legislativo. Essa é a avaliação de dirigentes da CUT Paraná a respeito do imbróglio que envolve o “pacote de maldades” do Governador Beto Richa. Após a ocupação da Assembleia Legislativa, em virtude da transformação do plenário em comissão geral, diversos trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a sede do legislativo estadual. A greve chega hoje ao seu quarto dia.
Com o receio do uso da força policial e transformar o episódio em um novo 30 de agosto, deputados da situação planejam uma manobra para aprovar o projeto longe da população. Uma nova sessão legislativa seria convocada para outro local, fora da Assembleia Legislativa.
A motivação para todo o impasse, que levou a greve dos professores (as) e funcionários (as) das escolas é um projeto de lei pretende retirar direitos históricos dos servidores públicos do Estado, além de autorizar o executivo a embolsar cerca de R$ 8 bilhões da aposentadoria dos trabalhadores concursados. Além disso, o Governo do Estado ainda deve verbas trabalhistas como o 13º salário e a remuneração mensal de professores contratados em regime temporário, os chamados “PSS´s”.
“Como justificar que alguém coloque a mão em R$ 8 bilhões que não é seu e tudo fique por isso mesmo? Estão assinando um cheque em branco da conta de outra pessoa. Mais do que estelionato eleitoral, o nome disso é golpe nos servidores públicos. Pior, agora com o apoio da bancada governista querem fazer uma sessão escondida? Que tipo de governador e de legislativos nós temos? Fugir do povo desta forma é uma mancha na democracia”, enfatiza a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
O vice-presidente da Central, Márcio Kieller, reiterou o caráter pacífico da manifestação. “O que percebemos é uma grande indignação e não poderia ser diferente. Mas todos os trabalhadores aqui presentes fazem uma manifestação pacífica. O que desejam é ter a garantia dos seus direitos, receber pelo que trabalharam e evitar que coloquem a mão em um dinheiro acumulado durante décadas”, completa.
Dirigentes da CUT Paraná estão na Assembleia Legislativa e participam da negociação com os deputados estaduais para evitar que o projeto de lei seja votado ou ainda que a sessão ocorra em um local diferente.