Parlamentares acionam ONU, OIT e OCDE por intervenção no caso Ford
Estudo aponta que a saída da multinacional do país pode fechar aproximadamente 119 mil postos de trabalho
Publicado: 10 Fevereiro, 2021 - 11h12 | Última modificação: 10 Fevereiro, 2021 - 11h16
Escrito por: Redação CUT
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados em Brasília requisitou que organismos internacionais avaliem possíveis violações da Ford ao anunciar sua saída do país. Os pedidos foram encaminhados pelo presidente da Comissão, deputado federal Helder Salomão (PT/ES), nesta segunda-feira (9).
Foram acionados o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e as unidades locais da Organização Internacional do Trabalho(OIT) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE).
Uma das questões apontadas para avaliação é o impacto social e econômico que a empresa deixa no Brasil depois de anos recebendo subsídios do governo e muito lucro.
Com o encerramento das atividades no país, a Ford pode realizar cerca de 5 mil demissões, considerando apenas os trabalhadores diretos da montadora, mas o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou um estudo que aponta o potencial fechamento de aproximadamente 119 mil postos de trabalho, levando em conta empregos diretos, indiretos e induzidos em outros setores.
O deputado federal Helder Salomão aponta no pedido que a decisão da Ford ocorreu sem comunicação prévia com os representantes dos trabalhadores ou com os governos estadual e federal, violando tratados internacionais.
“Afronta princípios de direitos humanos e econômicos, como os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU, e Diretrizes da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE) para Empresas Multinacionais”, destaca o documento.
Sobre a Comissão de Direitos Humanos
No encontro também foi encaminhada a criação de uma frente ampla de parlamentares, para apresentar um projeto de lei de nacionalização da Ford, considerando os bilionários incentivos fiscais recebidos pela multinacional e empréstimos contraídos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
(Com informações de Pedro Calvi / CDHM)