Escrito por: Redação CUT

A hashtag #Pauta600Maia ocupa redes em defesa do valor do auxílio

Contra proposta de Bolsonaro de reduzir pela metade valor do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional, movimentos sociais pressionam Maia para pautar e aprovar manutenção dos R$ 600

Reprodução

Começou a subir no Twitter a hashtag #Pauta600Maia, mais uma dos movimentos populares e parlamentares de oposição para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a pautar a Medida Provisória (MP) nº 1.000/2020, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, mas reduz o valor de R$ 600 para R$ 300.

Além da metade do valor, a MP do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) prevê a medidas que visam reduzir o número de parcelas pagas entre setembro e dezembro. Quem recebeu a primeira parcela em abril, receberá as 4 parcelas. Já quem recebeu em maio receberá apenas três e assim sucessivamente até os que não receberão nada.

Os organizadores da campanha pela manutenção do R$ 600 para todos afirmam que os R$ 300 que Bolsonaro “é um valor  insuficiente para enfrentar a crise na saúde e na economia”. E avisam: “Não aceitaremos a redução do auxilio emergencial!”

Governo vai excluir quase 6 milhões de pessoas do auxílio emergencial

Participe do tuitaço e ajude a pressionar o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia para que ele coloque a pauta em votação! #Pauta600Maia

Auxílio emergencial

Em março, no início da pandemia do novo coronavírus, que obrigou vários governos a decretar quarentena para impedir que o vírus se espalhasse rapidamente, Bolsonaro insistiu  em pagar apenas R$ 200 de auxilio emergencial para trabalhadores informais e desempregados que ficaram sem renda. Após pressão da CUT, demais centrais, movimentos populares e parlamentares de oposição durante, Bolsonaro foi obrigado a concordar com o valor de R$ 600 determinados pelo Congresso Nacional,

A lei previa o pagamento do auxílio por três meses, prorrogáveis, caso a pandemia continuasse acelerada, como aconteceu, inclusive por falta de um comando nacional de combate a pandemia. O governo prorrogou por mais dois meses e como a situação no país continua crítica, é preciso manter o benefício. Só que o governo quer reduzir para R$ 300.

Em nota, a CUT e demais centrais reafirmaram a luta pela manutenção do valor lembrando que, no início de março, apresentaram ao Congresso Nacional a proposta de um Abono Emergencial para proteger os/as trabalhadores/as mais vulneráveis, que trabalham por conta própria ou como autônomos, os  assalariados sem registro em carteira, domésticas e todos que dependem dos programas de transferências de renda.

Em trecho da nota, a CUT e demais centrais dizem ter provado “que era necessário e possível” o governo pagar os R$ 600, R$ 1.200,00 para mães chefes de família e que a “medida beneficiou mais de 65 milhões de pessoas, impedindo que caíssem na pobreza, criando uma proteção econômica efetiva para as famílias mais vulneráveis, bem como ajudou a sustentar o consumo de bens e serviços essenciais, em especial nas regiões mais pobres do país”.

A nota segue afirmando que o cenário econômico e social, “com efeitos dramáticos sobre os empregos e as ocupações, bem como sobre as empresas e a dinâmica econômica” mostram que é “essencial que as iniciativas continuem no sentido de sustentar a renda das pessoas e famílias, estendendo os efeitos positivos de proteção social e de manutenção da demanda das famílias”.

Além dos R$ 600, a nota defende ainda a manutenção dos critérios de acesso ao benefício para que o mesmo universo de pessoas possa receber.

Votação é urgente

A votação da MP de prorrogação do auxílio emergencial com o mesmo valor atual é urgente porque medidas provisórias entram em vigor assim que são editadas e o Congresso tem 120 dias para alterar ou manter o texto, aprovar ou reprovar, não fazer nada e deixar caducar. Ou seja, se não for votada logo o governo pode simplesmente pagar R$ 300 que quer até dezembro e deixar milhões de trabalhadores na miséria mais profunda ainda.

 É por isso que as redes sociais estão pressionando Maia para colocar a proposta em votação urgentemente.

O deputado Carlos Veras, do PT de Pernambuco, postou um recado dizendo que “o auxílio emergencial é de extrema importância para a economia brasileira” e que manter o valor de R$ 600 é o mínimo que se pode fazer para manter a dignidade das famílias durante a crise. #Pauta600Mais

O auxílio emergencial é de extrema importância para a economia brasileira. Estamos na luta para manter o benefício no valor de R$ 600, que é o mínimo para conferir dignidade às famílias brasileiras diante desta crise, uma das maiores do país. #Pauta600Maia

— Carlos Veras (@carlosveraspt) September 16, 2020

Em seu perfil no Twitter, os representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) questionaram os argumento do ministro Paulo Guedes, que afirmou que o país não tem recursos para manter os R$ 600 de auxilio. “No Brasil, os 42 bilionários aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões entre março e junho”, diz a postagem que encerra com a tag #Pauta600Maia.

Paulo Guedes alega que o país não tem recursos para manter os R$600 de auxílio. Mas no Brasil, os 42 bilionários do país aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões, do início da crise sanitária até junho #Pauta600Maia

— MST Oficial (@MST_Oficial) September 16, 2020

Confira outras postagens

Sabia que as 4 parcelas de R$ 300,00 do auxílio emergencial não é pra todo mundo? O pessoal do @recontaai explica tudo sobre isso: https://t.co/DFjvsDhN1Y #Pauta600Maia

— CNTE BRASIL (@CNTE_oficial) September 16, 2020

O presidente deveria pagar essa diferença pra manter o auxílio em 600 reais, direto de seu cartão corporativo, afinal lá os gastos exorbitantes não geram dívidas e nem contribuem pra quebrar o país né? #pauta600maia #600pelobrasil

— Paulo Guilherme (@PauloGu49241818) September 11, 2020