O abaixo-assinado unificado das centrais sindicais será enviado ao Congresso Nacional a fim de pressionar os parlamentares
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Em protesto contra a nefasta reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco aderiu ao Dia Nacional de Luta, nesta quarta-feira (22), convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). No Centro do Recife (PE), diretores da entidade dialogaram com a população sobre os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 006/2019 e coletaram assinaturas contra o desmonte da Seguridade Social. A ação aconteceu das 9h às 17h, na Praça da Independência (Diário), com apoio da Escola Móvel da CUT. Mais de 800 assinaturas foram coletadas. O abaixo-assinado unificado das centrais sindicais será enviado ao Congresso Nacional a fim de pressionar os parlamentares. Para a dirigente do Sindicato, Susana Morais, a população precisa se envolver mais e reagir aos ataques do atual governo. “Nossa luta precisa ser intensificada. Precisamos da união de toda classe trabalhadora e enfrentar mais este golpe. É nosso direito se aposentar de forma digna, mas o governo Bolsonaro já deixou claro que isso não vai acontecer. A reforma da Previdência precisa ser barrada no Congresso, mas para isso é necessário, mais do que nunca, que lutemos pelos nossos direitos”, destaca Susana. Entre os pontos negativos da reforma apresentada pelo governo está o fim da aposentadoria por tempo de contribuição; o aumento da idade mínima obrigatória, que pela proposta será de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens, tanto do setor público como do privado; aumento do tempo de contribuição de 15 para 20 anos e; o cálculo para o valor do benefício, que passará a considerar todos os salários e não mais os 80% mais altos, como é hoje. O dirigente do Sindicato e da CUT Pernambuco, Fabiano Moura, destaca que o momento é de intensificação da pressão aos deputados e senadores. "Os trabalhadores e trabalhadoras estão nas ruas para dizer que não vão aceitar a retirada de direitos. Além do abaixo-assinado, a participação nos atos contra a reforma da Previdência rumo à Greve é fundamental para defendermos a Previdência Social", afirma. O autônomo Marcone de Morais, 65 anos, que está tentando se aposentar, assinou o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência. “O governo está querendo enganar a população. Eu dei entrada na minha aposentadoria, mas as dificuldades são tantas que eu vou morrer e não recebo. Vocês, que são o futuro do Brasil, não vão ter a chance de se aposentar dignamente se a reforma for aprovada, já que vão precisar passar para o sistema de capitalização. Os pernambucanos precisam fazer parte dessa luta e assinar este documento contra reforma da Previdência”, afirma Marcone. O Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência foi realizado em todo País pelas categorias que compõem o macrossetor de serviço da CUT, como trabalhadores dos setores financeiro, de comunicação, do comércio, processamento de dados e vigilantes. Os segmentos de serviços contemplam mais de 67% dos 90 milhões de trabalhadores brasileiros empregados e são responsáveis por 73% do Produto Interno Bruto (PIB).