Escrito por: CUT-PE
Taxa de desemprego atingiu 18,8% dos pernambucanos de 14 anos ou mais - aumento de 3,8%, em comparação ao trimestre anterior, quando era de 15%
O desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos bateu recorde no terceiro trimeste deste ano, chegou a 34,1%, com destaque para o Nordeste. A taxa para o 3º trimestre de 2020 nesta faixa etária é mais que o dobro da taxa geral, que ficou em 14,4%.
No estado de Penambuco, a taxa de desemprego atingiu 18,8% da população de 14 anos ou mais - aumento de 3,8%, em comparação ao trimestre anterior, quando era de 15%.
Os dados são da pesquisa a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada na sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na avaliação da secretária de Juventude da CUT, Cristiana Paiva Gomes, o quadro para os jovens se agravou, depois do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, devido a reforma Ttrabalhista do golpista Michel Temer (MDB-SP) e seus aliados, que legalizou o bico, autorizando contratos de trabalho intermitente, retirndo garantias e proteções fundamentais da classe trabalhadora, entre outros retrocessos.
Somado a este cenário, estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca que a pandemia vai representar para juventude uma geração abandonda.Os que estão entrando no mercado de trabalho vão entrar numa condição ruim, além de estarem fora da escola, sem estudos. A população na força de trabalho no terceiro trimestre deste ano foi de 96,5 milhões de pessoas – queda de 9,2% (menos 9,8 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019.
Sem emprego e oportunidades
“O que o governo Bolsonaro vem fazendo desde que assumiu é acabar com os empregos e as oportunidades para os jovens trabalhadores do campo e da cidade”, afirmou Cristiana Paiva. Segundo ela, não existem políticas públicas que sejam ideais para trabalhadores e trabalhadoras estudarem e se prepararem, com qualidade para conseguirem bons empregos no mercado de trabalho.
É inaceitável, mas é um resultado assustador no mundo da juventude em relação ao desemprego em Pernambuco. “Este é um cenário tão difícil que estamos vivendo, devida a falta de governabilidade do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos, que não tem nenhum compromisso com a classe trabalhadora jovem deste pais. Os números são frios e só comprovam a consolidação da destruição e da precarização do trabalho impostas pelo modelo político instalado no Brasil, nos últimos meses”, relatou o secretário de juventude da CUT Pernambuco, Evanilson Leite.
Trabalho intermitente
Outro fator que preocupa, após as reformas que ainda seguem em curso, é que só taxam sempre a parte mais fragilizada da sociedade, ou seja, os mais pobres; a questão do grande avanço tecnológico com certeza interessa ao capitalismo e classe média alta, através da uberização, bem como impõe o trabalho intermitente. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em dois anos, dobrou o número de trabalhadores contratados sob a modalidade de trabalho intermitente no Brasil. A Região Nordeste lidera, em proporção, esse tipo de contratação; com o contrato intermitente, o trabalhador é chamado para o exercício de sua atividade, conforme a necessidade do empregador que o contratou e, assim, pode ficar meses sem trabalhar e, consequentemente, sem remuneração.
O secretário cutista, Evanilson Leite, assinalou que o fato de recrutar a juventude para fins trabalhistas, depois a não garantia de direitos como férias, 13º salário, seguro desemprego, entre outros benefícios, mostraram os “objetivos” de Jair Bolsonaro e dos empresários. “Não há dúvidas que enfrentamos a destruição das pequenas empresas e privatizações das empresas estatais a todo vapor, com interesses políticos fora do comum. Todas estas iniciativas, representam a vontade do poder econômico, ligadas ao neoliberalismo que não trazem desenvolvimento para o mundo da juventude nem na relação do trabalho”, afirmou.
Classe mais carente
A destruição da educação também se consolida como principal projeto do governo, acabando com programas de financiamento estudantil que, na maioria das vezes beneficiaram a classe mais carente da população, através do ENEM, além de formas de ingresso na Universidade, para ter uma profissão que garanta a renda.
O sindicalista acrescentou ainda que, a população pernambucana do campo também sofreu com a falta de acesso às políticas públicas, além do sucateamento dos órgãos municipais e federais que dão suporte aos trabalhadores rurais, povos das florestas e das águas.
“O fim de direitos se dar principalmente ao não reconhecimento da agricultura familiar anunciada pelo governo Federal, a política de desvalorização do processo de produção agroecológica, uma vez que a maioria do público praticante são de jovens trabalhadores rurais. O governo também destruiu o Plano Nacional de Juventude, atacando um projeto de sucessão rural e a melhor qualidade de vida da nossa juventude no campo; consolida um plano Safra de 2021, que não condiz e nem atende as expectativas no processo de produção para a agricultura familiar”, salientou.
É importante destacar que a juventude cutista sempre vai estar atuando no engajamento de um projeto de classe popular que atenda o sujeito democrático e lute pela garantia dos direitos da classe jovem; na garantia de direito ao emprego e renda e, na certeza de um futuro melhor. Um mundo mais soberano para nossos jovens.