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PE: Trabalhadores da Zona da Mata fazem protestos pela regularização das terras

Além da regularização das terras, os agricultores familiares reivindicam que o Judiciário cobre as dívidas milionárias da usinas que funcionavam na região e a grilagem

Publicado: 09 Novembro, 2020 - 10h49 | Última modificação: 09 Novembro, 2020 - 15h13

Escrito por: Redação CUT

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Cerca de 500 trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras familiares de diversos municípios da Zona da Mata de Pernambuco, protestaram na manhã desta segunda-feira (9) nas BRs 101 Sul, na altura do entroncamento de acesso a Catende e Maceió, em Palmares, e na BR 232, na altura do Parque Aquático de Moreno. A mobilização foi acompanhada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Famíliar de Pernambuco (FETAPE) e pela Arquidiocese de Olinda e Recife.

Os agricultores e agricultoras cobram do governador Paulo Câmara (PSB) a regularização das terras para que seja garantido não apenas o direito de nelas permanecer, mas também o de produzir alimentos. As famílias esperam ser ouvidas pelo governador Paulo Câmara (PSB). 

A manifestação também reivindica que o Judiciário cobre as dívidas milionárias das usinas que funcionavam na região e investiguem os cartórios pelos registros de terras com valores abaixo do preço de mercado, caracterizando a regularização de terras griladas.

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Atualmente, mais de 1.500 famílias agricultoras posseiras que vivem em comunidades camponesas na Mata Sul e Norte há várias décadas encontram-se ameaçadas de expulsão e vítimas de violações de direitos humanos promovidas por empresas dos ramos imobiliário, sucroalcooleiro e pecuarista, que exploram economicamente a área.

Os casos mais graves são nos municípios de Jaqueira, Maraial, Catende, Barreiros e Tamandaré, todos na Mata Sul.

Até que a regularização das terras não seja concretizada, as famílias cobram a implementação de medidas que lhes garantam segurança e inibam a violência a que estão submetidas, como ameaças de morte, perseguições, tentativas de assassinato, destruição de lavouras, contaminação de fontes de água, vigilância com drones, cárcere privado, entre outras violações.

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), mais de 95 Boletins de Ocorrência (BOs) foram registrados nos últimos meses relacionados aos conflitos por terra na região. Contudo, até o momento, nenhuma denúncia registrada pelas famílias agricultoras contra as empresas resultou em investigação.

Desde o mês de março - quando as violações se tornaram mais constantes -, representantes das comunidades ameaçadas vêm buscando, sem resultado, dialogar diretamente com o governador Paulo Câmara. A despeito de já terem participado de audiências e reuniões com órgãos de governo, a situação não teve nenhuma resolução efetiva.

A mobilização dos camponeses e camponesas foi acompanhada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Famílias de Pernambuco (FETAPE) e pela Arquidiocese de Olinda e Recife.

Com informações da Fetape