Com os salários congelados desde 2016, as perdas dos trabalhadores passam de 17%
Servidores públicos em greve ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta terça-feira (9) e resistem à espera de uma proposta do governo de Ratinho Júnior (PSD) para a reposição salarial. Pela manhã eles realizaram um ato com cerca de 30 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, no centro de Curitiba.
A ocupação foi motivada pela fala de um deputado que, no decorrer da sessão plenária, fez várias provocações e insinuações sobre as reivindicações do funcionalismo. O áudio era transmitido ao vivo para os servidores que aguardavam do lado de fora do prédio.
Em resposta, centenas de pessoas entraram na Alep ao mesmo tempo gritando palavras de ordem em defesa do pagamento da data-base e em repúdio a forma como foram tratados pelo parlamentar.
Em pouco tempo, os corredores e as galerias da Assembleia ficaram completamente lotados. O deputado fugiu do plenário, mas os trabalhadores permaneceram no local pacificamente e acompanharam a continuidade da sessão.
Terminada a reunião dos deputados, os servidores não deixaram o prédio da Assembleia e outro grande número continua concentrado em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo.
No decorrer do dia foram realizadas duas reuniões entre representantes dos sindicatos e do governo, mas ainda não houve acordo.
A data-base dos servidores públicos venceu no dia 1º de maio. A inflação apurada no período é de 4,94%, mas o governador Ratinho Junior (PSD) ofereceu, oficialmente, apenas 0,5% a partir de outubro.
Com os salários congelados desde 2016, as perdas dos trabalhadores passam de 17%. O prejuízo é equivalente a deixar de receber dois meses de salário por ano.