Escrito por: SindBancários-RS
O resultado mostra que 68,5% dos entrevistados são a favor da regra atual, ou seja, manter o plebiscito na Constituição
Uma pesquisa de opinião divulgada nesta terça-feira, 1º de junho, aponta que 68,5% dos gaúchos são contra a retirada do plebiscito da Constituição Estadual, como propõe a PEC 280.
Hoje, para vender Banrisul, Corsan e Procergs, o governo do Rio Grande do Sul precisa consultar a população por meio de um plebiscito. A PEC 280 quer justamente acabar com a consulta popular, o que colocaria a decisão de privatizar essas empresas exclusivamente nas mãos dos deputados estaduais.
A pesquisa, encomendada pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e pela Fetrafi-RS, foi realizada pelo Instituto Studio Pesquisas e Consultoria entre os dias 21 e 22 de maio. A margem de erro é de 3,46% para mais ou para menos.
O instituto aplicou a seguinte questão: “Pela Constituição do RS, para privatizar uma empresa pública estadual como o Banrisul, a Corsan ou a Procergs é preciso consultar a população por meio de um plebiscito. O governo quer mudar a Constituição permitindo a privatização dessas empresas sem fazer plebiscito. Qual a sua opinião a respeito?”
O resultado mostra que 68,5% dos entrevistados são a favor da regra atual, ou seja, manter o plebiscito na Constituição. E 31,5% são a favor de mudar a regra.
Para o presidente do Sindbancários, Luciano Fetzner, a pesquisa comprova o que têm dito os bancários e funcionários das empresas sobre a PEC 280: a maioria da população gaúcha é contra esse retrocesso. “Ao contrário do que disse Eduardo Leite, a população está consciente do que significa um plebiscito e tem plena condição de opinar sobre a venda de patrimônio do estado”.
Luciano também pontuou que o resultado da pesquisa é um recado claro para os deputados estaduais. “Eles têm a chance de enterrar a PEC 280 nesta terça. Votem para ouvir a população. Sabemos como temas polêmicos assim impactam nas eleições do estado. E 2022 está logo ali”, disse.
Perfil da amostra
Em relação ao gênero, a pesquisa mostra que 73,3% das mulheres entrevistadas são a favor de manter a regra atual, enquanto 26,7% são contra. Entre os homens, a proporção é de 63,4% a favor de manter o plebiscito na Constituição e 36,6% são a favor de mudar a regra.
Em todas as faixas etárias, a maioria dos entrevistados é a favor de manter a consulta popular para a venda de patrimônio público. Entre 16 e 24 anos, 76% querem o plebiscito e 24% disseram que são a favor de mudar a regra atual. Entre 25 e 34 anos, 67,9% são a favor do plebiscito e 32,1%, a favor de mudar a regra; 35 a 44 anos (69% e 31%); 45 a 59 anos (66,5% e 33,5%) e 60 anos ou + (67,2% e 32,8%).
Por escolaridade, a proporção também se mantém em todos os níveis. No Fundamental incompleto (63,8% x 36,2%); Fundamental completo/ Médio incompleto (68,2% x 31,8%); Médio completo/ Superior incompleto (72,7% x 27,3%) e Superior completou ou + (68,4% e 31,6%).
A pesquisa também recolheu os dados de ocupação dos entrevistados. O maior percentual contra a PEC 280 aparece entre os servidores públicos, com 84,1% dos entrevistados a favor de que se mantenha o plebiscito na Constituição gaúcha e 15,9% a favor de se mudar a regra.
Os empresários e profissionais liberais são os que menos apoiam o plebiscito. Ainda assim, 50,6% desses profissionais são a favor de manter a regra atual e 49,4% são a favor de mudar a regra.
No setor privado formal a proporção é de 63,4% a favor do plebiscito x 36,6% a favor d mudar a regra; Privado informal (62,5% x 37,5%); Autônomos e MEIs (68,2% x 31,8%); Aposentados (75,8% x 24,2%) e Desempregados (79,2% e 20,8%). Em outras categorias a proporção é de 77,1% (a favor do plebiscito) e 22,9%. (Mudar a regra0
A pesquisa foi colhida em 59 municípios gaúchos de quatro grandes regiões. Na região de Porto Alegre, 68% dos entrevistados disseram ser a favor do plebiscito e 32% querem mudar a regra; na região Metropolitana /Vales do Caí e Rio Pardo a proporção é de 62,4% e 37,6%; Centro-Sul / Fronteira Oeste (79,3% e 20,7%) e na Serra /Norte / Noroeste do estado, 66,8% querem opinar sobre a venda do Banrisul, Corsan e Procergs, enquanto 33,2% querem deixar nas mãos da maioria dos deputados.