Escrito por: Redação CUT
Embora representem 56,1% da população em idade de trabalhar, os negros correspondem a mais da metade dos desocupados (65,1%). A média de renda salarial é de 39,2% a menos do que os não negros
O mês da Consciência Negra se mostra cada vez mais importante para dar visibilidade à população que enfrenta há séculos o racismo e o preconceito por parte da sociedade brasileira, que os desumaniza ao não oferecer chances de melhorias de trabalho e, consequentemente de educação, o que daria a população negra maiores chances de inserção no mercado de trabalho.
Infelizmente, as oportunidades para os homens e as mulheres negras são muito mais restritas do que para os não negros. As dificuldades são muitas. Desde conseguir um emprego, passando por baixos salários e, por fim com poucas chances de subirem numa carreira profissional.
Para as mulheres a situação é muito mais difícil. Os empregos são da mais baixa remuneração, inclusive, elas chegam a receber menos do que o salário mínimo vigente, como é o caso das trabalhadoras domésticas.
É o que mostra o levantamento divulgado nesta sexta-feira (17), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de dados analisados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC-IBGE) e referem-se ao 2º trimestre de 2023. Confira:
Os homens negros e o mercado de trabalho
No 2º trimestre de 2023, a taxa de desocupação dos negros era de 9,5%, ou seja, 3,2 pontos percentuais acima da dos não negros
A mulheres negras no mercado de trabalho
No caso das mulheres negras, a taxa de desocupação estava em 11,7%, o que corresponde ao mesmo percentual registrado para os não negros no 2º trimestre de 2021, durante um dos piores momentos da crise econômica aprofundada pela pandemia da covid-19.
Na taxa composta de subutilização da força de trabalho, mais de um quarto (26,6%) das mulheres negras aptas a compor a força de trabalho declararam se encaixar em uma das seguintes situações:
Estavam desocupadas;
Não tinham procurado trabalho por falta de perspectiva e;
Estavam ocupadas, mas com carga de trabalho inferior à que gostariam.
Entre os homens não negros, essa taxa foi de 11,2%. Ou seja, a inserção das mulheres negras no mercado de trabalho é mais difícil, mesmo em contexto de melhora da atividade econômica.
Uma em cada seis (15,8%) mulheres negras ocupadas trabalha como empregada doméstica – uma das ocupações mais precarizadas em termos de direitos trabalhistas e reconhecimento. As trabalhadoras domésticas negras sem carteira recebiam, em média, R$ 904 por mês – valor R$ 416 abaixo do salário mínimo em vigência (R$. 1.320).
Para ter acesso aos dados e gráficos do Dieese clique aqui.