Escrito por: Redação CUT

Petrobras paralisa 5 sondas na unidade operacional da BA e demite 350 trabalhadores

Estatal se recusou a negociar com o Sindipetro-BA, que fez diversas tentativas de abertura de diálogo para apresentar propostas para minimizar os impactos, especialmente no caso das demissões

Reprodução

A Petrobrás anunciou na noite desta quinta-feira (23) a paralisação de cinco sondas de petróleo que funcionam na Unidade Operacional (UO) da estatal na Bahia já a partir dessa sexta-feira (24). Inicialmente, serão demitidos cerca de 350 trabalhadores diretos e indiretos.

A decisão da petroleira, de acordo com a direção do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), foi tomada de forma autoritária e unilateral. A estatal se recusou a negociar com o Sindipetro, que fez diversas tentativas de abertura de diálogo para apresentar propostas que pudessem minimizar os impactos causados pela paralisação dessas sondas, principalmente no que diz respeito às demissões.

Para o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, a direção da Petrobrás age de forma irresponsável e, ao invés de implementar políticas públicas para amenizar a emergência sanitária provocada pelo novo coronavírus que também vem contribuindo para o agravamento da crise econômica, demite mais trabalhadores e trabalhadoras.

“Em meio à pandemia da Covid-19, a estatal que poderia ajudar, agir com responsabilidade social, está aprofundando a crise econômica e sanitária no Nordeste, região que já vinha sendo afetada pelas políticas do governo Bolsonaro como a redução da concessão do benefício do Bolsa Família".

"Infelizmente, o que estamos vendo é que a gestão da Petrobrás age como espelho do governo federal”, disse o sindicalista se referindo à forma como a administração de Jair Bolsonaro age, ignorando a pandemia de coronavírus, o desemmprego e, sempre que pode, tentando prejudicar os governos da Região Nordeste para se vingar especialmente da população que votou em peso no candidato do PT, Fernando Haddad, nas eleições de 2018.

A direção do Sindipetro afirma que vai continuar lutando para reverter essa decisão, cobrando dos parlamentares ações políticas que possam mudar esse quadro, principalmente daqueles parlamentares que fazem parte da base do governo Bolsonaro para que abram um canal de negociação com o governo e com o presidente da Petrobrás, Castello Branco. Afinal, esse é o momento para que esses políticos provem que de fato representam o povo baiano.

O que paralisa

Nesta sexta, começam a ser paralisadas na Bahia as quatro sondas (SPTS) da empresa Braserv (SPTS 143, 145, 153 e 154) e uma da Perbras (SPT 19).

Com isso, oficialmente, a direção da Petrobrás dá inicio à paralisação das atividades da UO-BA, como o Sindipetro Bahia já havia antecipado. De acordo com a própria empresa, a paralisação de cinco das 20 sondas em operação no estado é uma medida inicial que será aprofundada atingindo, em primeiro plano, os campos terrestres de Água Grande, Dom João, Candeias e Rio Pojuca.

Por força contratual, a Petrobrás tem o direito de paralisar as sondas de petróleo a qualquer momento desde que comunique à empresa com 30 dias de antecedência, o que não aconteceu, uma vez que o aviso não foi nem de 24 horas.

A estatal também encerrou as atividades de quatro sondas da Braserv em Sergipe, ocasionando a demissão de 200 trabalhadores.

Clique nos links abaixo para mais informações sobre o assunto

Com a decisão de hibernar campos terrestres da UO-BA, direção da Petrobrás aprofunda crise sanitária no Nordeste

Prefeitos e parlamentares da Bahia entram na briga para impedir que direção da Petrobrás feche seus campos terrestres de petróleo

Fonte: Sindipetro Bahia