Escrito por: Alessandra Campos, do Sindipetro-SP
Explosão na madrugada da segunda (20) foi o mais grave na história da refinaria, a maior do país, mas não é o primeiro acidente na unidade, denuncia Sindicato dos Petroleiros de SP
Cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras da Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, participaram de um ato por mais segurança na unidade, a maior do país, na manhã desta sexta-feira (24).
A mobilização em defesa da vida, realizada em frente à portaria de acesso da refinaria, foi organizada pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), e atrasou em duas horas o início do expediente do turno e do setor administrativo.
Os petroleiros denunciam que o acidente ocorrido na Replan na madrugada da última segunda-feira (20), foi o mais grave na história da refinaria, mas não é o primeiro e que medidas para garantir a segurança dos trabalhadores precisam ser tomadas pela Companhia.
“A refinaria teve quatro paradas em um ano. Estamos em um caminho que, estatisticamente, vai levar a um acidente fatal”, alertou o diretor do Sindipetro Unificado-SP, Arthur Bob Ragusa.
“Nessa última ocorrência, escapamos por um milagre. Se o tanque de águas ácidas [que foi lançado ao ar e atingiu uma das áreas de destilação] tivesse caído um pouco mais para à esquerda ou direita, provavelmente não estaríamos aqui hoje”, disse o dirigente.
Ragusa se refere à explosão seguida de um incêndio que atingiu uma das unidades de craqueamento catalítico e a unidade de destilação atmosférica, que fazem parte do processo de refino de petróleo da Replan.
A gravidade do acidente fez a Petrobras paralisar a produção em toda a refinaria.
Em entrevista a Agência Brasil, a Petrobras disse que a produção nas unidades da Replan que não foram atingidas pelo incêndio deve ser reiniciada nos próximos dias.
Ainda segundo a reportagem, a companhia afirmou que a entrega de produtos em estoque às distribuidoras foi retomada no dia seguinte ao incêndio (21). "A empresa conta com estoques da própria refinaria e com a produção das demais para garantir a oferta de combustíveis aos clientes.”
Impacto financeiro
A capacidade total da refinaria de Paulínia é de 415 mil barris por dia. "A empresa não estima impactos financeiros relevantes, mesmo com remanejamento da produção de outras refinarias, reforma das unidades atingidas e eventual importação de derivados, se necessária”.
De acordo com a estatal, uma comissão interna está investigando as possíveis causas do acidente e os resultados serão divulgados à imprensa e ao mercado.