Escrito por: Redação RBA
Sindicatos filiados a FUP realizam assembleias até o dia 12 de novembro para discutir uma greve nacional contra a entrega das ações da Petrobras, que ainda estão sob controle do estado, ao mercado financeiro
Pressionados pelas críticas aos aumentos abusivos dos combustíveis no Brasil, ao invés de mudar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, voltaram a falar sobre a privatização da estatal.
A reação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que critica a propaganda enganosa veiculada pela gestão da Petrobras para se isentar da responsabiidade sobre os aumentos de preços, foi imediata. A direção da entidade decidiu realizar, até o dia 12 de novembro, assembleias setoriais para discutir a construção de uma greve nacional contra a privatização da Petrobras.
Propaganda enganosa
A propaganda veiculada pela gestão da Petrobras sobre os preços dos combustíveis não tem compromisso com a realidade dos brasileiros, que enfrentam inflação galopante por causa principalmente dos reajustes abusivos da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha.
“O anúncio enganoso, em sotaque estrangeiro, adota a estratégia negacionista do Governo Federal, atribuindo a terceiros a causa principal dos aumentos dos preços da gasolina”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, lembrando que em alguns postos do país já superam R$ 7,00 por litro.
A propaganda fala em “transparência”. Mas, para o dirigente, é mesmo “para inglês ver e ouvir”. A empresa esconde a verdade ao não mencionar que os seguidos reajustes são determinados pela política de PPI adotada pela empresa e que norteia os demais agentes do mercado”, comenta o coordenador.
Luta também contra a tabela de turnos
Os sindicatos também estão discutindo com os trabalhadores mobilizações contra os desmandos dos gestores da Petrobras, como a imposição de forma unilateral da tabela de turno 3×2 (três dias de trabalho e dois dias de descanso).
Sem acordo com o TST
A gestão da Petrobras continua agindo de má fé, na tentativa de confundir os trabalhadores que rejeitaram nas assembleias a tabela 3×2 que a empresa quer empurrar goela abaixo da categoria. A reunião com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, realizada no último dia 27, não avançou para a construção de uma nova proposta, como tentam fazer crer os gestores da Petrobras.
A mediação foi realizada a partir de provocação feita pelo Sindipetro Duque de Caxias, após o TST suspender a liminar que garantia a manutenção da tabela de turno na Reduc.
A FUP participou da audiência apenas como convidada, na tentativa de buscar uma alternativa para o impasse criado pela gestão da Petrobras, que vem descumprindo sistematicamente o compromisso firmado com os trabalhadores no final da greve de fevereiro de 2020, de que implementaria somente as tabelas de turno que fossem negociadas com as entidades sindicais e aprovadas nas assembleias.
A assessoria jurídica da FUP chama atenção para o fato de que o Acordo de Tabela de Turno que foi negociado pelo Sindipetro Caxias no TST produzirá efeitos somente para os empregados da Reduc, que já estão concluindo as assembleias de aprovação da minuta, mas não alcança os demais sindicatos.
Ou seja, não há nada de novo em relação ao que já foi decidido pelos trabalhadores nas assembleias realizadas em setembro, quando a categoria voltou a afirmar que não aceita a tabela 3×2 e aprovou mobilizações para se contrapor a imposição feita pela Petrobras.
Com o esgotamento das possibilidades jurídicas de avanço em relação a esta questão, mais do que nunca, é fundamental que os petroleiros intensifiquem a luta, participando ativamente das setoriais que estão discutindo a construção de uma grande greve nacional contra o projeto de privatização da Petrobras que Bolsonaro está costurando para levar ao Congresso Nacional.
Confira reportagem do ‘Seu Jornal’, na TVT: