Escrito por: Redação RBA

Petroleiros e trabalhadores nos Correios enfrentam desafios em campanha salarial

Além de tentar reajuste que corresponda pelo menos à inflação, sindicatos das duas categorias se mobilizam em defesa das empresas públicas

SINDIPETRO NF

Além de rejeitar a proposta de acordo feita pela empresa, as assembleias de petroleiros pelo país também reclamam do Programa de Remuneração Variável do Empregado (PRVE), criado em 2017 e relacionado ao desempenho individual do funcionário. Os representantes da categoria afirmam que, enquanto oferece 1% de reajuste salarial – a data-base é 1º de setembro –, a Petrobras está pagando R$ 1,041 bilhão para uma pequena parcela de trabalhadores, enquanto a maioria é excluída.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), sindicatos ligados à entidade entraram com ações na Justiça do Trabalho para barrar o que chamam de “farra do bônus”. Afirmam que o programa viola o acordo coletivo. E usa indicadores de segurança para premiar diretores e gerentes “com vultosos bônus”. Os sindicalistas argumentam que o programa de participação nos lucros ou resultados (PLR) tinha metas e regras claras, negociadas previamente.

Eles citam como exemplo a determinação de que na PLR a remuneração não pode ultrapassar 2,5 vezes o valor da menor, enquanto na PRVE não há valor mínimo. “Enquanto uns nada ganham, outros recebem bônus que representam 150% de uma remuneração”, afirma a FUP. A entidade diz ainda que o uso, para cálculo, da taxa de acidentes desrespeita o acordo coletivo, que fala em “não vincular concessão de vantagens à redução de acidentes”.

A FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estabeleceram um calendário conjunto de mobilização contra a política de “desmonte” promovida pela atual direção da Petrobras. Assembleias nas bases já têm decidido pela rejeição da proposta da empresa. O objetivo é preparar uma greve da categoria, ainda sem data.

Correios
Com data-base em 1º de agosto, os trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também estão em campanha salarial. Ainda não foi oficializada uma proposta econômica. O sindicato de São Paulo tem assembleia marcada para a noite de hoje (15).

“A ECT pretende manter apenas 45 cláusulas e modificar outras 19. A empresa fala ainda em excluir algumas, como a que trata da responsabilidade em acidentes de trânsito e do vale-cultura”, informa a Fentect, federação nacional da categoria. “De maneira contraditória, a empresa primeiro apresenta dados contábeis que reafirmam sua recuperação financeira, bem como o lucro obtido no último período, mas ao mesmo tempo quer excluir diversas cláusulas alegando que oneram e emperram as contas.”

Assim como no caso da Petrobras, a Fentect e a Findect, federação interestadual, se uniram com outras entidades em torno de uma “frente ampla” de defesa da ECT como empresa pública. A companhia está na mira de privatizações do governo.