Petroleiros encerram greve na Repar após acordo mediado pelo MPT
Adiamento da parada para a manutenção, principal motivo do movimento, não foi aceito, porém trabalhadores têm garantias de que a acompanharão de perto
Publicado: 21 Abril, 2021 - 10h44 | Última modificação: 21 Abril, 2021 - 10h48
Escrito por: Redação RBA
Os petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, encerraram na sexta-feira (16) “greve sanitária” iniciada cinco dias antes contra a parada de manutenção na refinaria. Em assembleia, os trabalhadores avalizaram acordo com a direção da Petrobras mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná e Santa Catarina, 70% dos presentes votaram a favor, acatando indicativo da representação da categoria pelo fim da paralisação.
Os termos definidos entre estatal, petroleiros e MPT, após 10 horas de reunião, mantêm a parada para manutenção obrigando a Petrobras a se reunir semanalmente com representantes do Sindipetro para discutir a segurança sanitária em meio aos trabalhos. Em caso de eventuais questionamentos, a empresa tem uma semana para responder.
Visitas e boletins
Além disso, a direção da Petrobras não poderá impedir visitas técnicas periódicas de trabalhadores nas instalações da Repar, a cada 12 dias, compromisso já previsto em cláusula do acordo coletivo de trabalho (ACT). Elas serão acompanhadas por engenheiro de segurança ou médico do trabalho designado pela entidade sindical.
O acordo obriga, ainda, a empresa a divulgar boletins epidemiológicos com casos suspeitos, confirmados, recuperados e internações hospitalares de empregados contaminados pelo coronavírus. Os trabalhadores reclamavam da falta de informações por parte da direção. De acordo com o boletim de monitoramento número 52 do Ministério de Minas e Energia, divulgado em 12 de abril, a Petrobras conta 22 mortes de trabalhadores próprios pela doença. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) contesta e entende que o número é pelo menos três vezes maior.
“Testaço”
Um dia após o fim da greve, os tabalhadores da Repar fizeram testes de covid-19 na sede do Sindipetro. Segundo a entidade, o objetivo foi trazer alguma segurança sanitária a eles, já que a empresa se recusou a fazer testes para monitorar o seu efetivo.