Escrito por: Redação RBA
Plenária Nacional da FUP rechaça políticas econômicas e sociais do governo Bolsonaro. “Fascista, ultraliberal, de extrema-direita. Mas não temos tempo para temer”
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciou nesta quinta-feira (12) sua 9ª Plenária Nacional, realizada virtualmente, com o tema “Energia para Reconstruir o Brasil”. Durante a abertura, era esperada uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, por questões de agenda, o pronunciamento foi adiado. Pela manhã, Lula participou do lançamento do livro e da plataforma Memorial da Verdade, sobre a perseguição jurídica e midiática que sofreu e a jornada para provar sua inocência e ter de volta seus direitos políticos.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressaltou a importância da organização da categoria diante da atual conjuntura política. O governo lidera um processo de intensa privatização de empresas estatais e de entrega de patrimônio nacional ao capital privado. Neste cenário, encontra-se a Petrobras. “Temos um governo fascista, ultraliberal, de extrema direita. Mas não temos tempo para temer. Precisamos organizar e mobilizar a categoria para enfrentarmos esse governo, para lutarmos pelos direitos dos trabalhadores. Para lutarmos contra as privatizações e lutarmos pela democracia”, disse.
Deyvid destacou avanços conquistados no setor durante os governos petistas. “Tivemos pela manhã o lançamento do livro do Memorial da Verdade, que explica os porquês de terem tentado destruir o maior líder popular da história. O companheiro Lula construiu para o setor de petróleo e gás tudo que construiu para a economia nacional e para os brasileiros”, disse o coordenador.
Importância para o país
O presidente Nacional da CUT, Sérgio Nobre, destacou a importância do setor e das lutas dos petroleiros. “A população precisa ser conscientizada da importância da Petrobras para os brasileiros. Parabenizo a direção da FUP por sua luta contra o governo Bolsonaro (…) Bolsonaro ataca as empresas públicas, o sistema elétrico, os Correios. Ameaça entregar os bancos públicos, instrumento de desenvolvimento do nosso país. A Petrobras também está na mira do governo Bolsonaro. Covardemente, ele está dividindo a Petrobras em subsidiárias e a FUP faz um trabalho de luta contra isso”, afirmou.
Ele lembrou da recente recriação do Ministério do Trabalho, destacando que a decisão não tem relação com a valorização dos trabalhadores. Em vez disso, foi uma manobra mirando apenas a sobrevivência do governo. “Bolsonaro está recriando o Ministério do Trabalho, mas não para dialogar com o movimento sindical ou para reverter atrocidades feitas na reforma trabalhista (de 2017). Bolsonaro está recriando o ministério para dar vagas no governo ao Centrão e tentar se defender dos crimes que tem cometido e que a CPI da Covid tem revelado”, afirmou.
Memória e verdade
Durante o evento pela manhã, Lula destacou a importância de sua inocência comprovada nos tribunais para a esquerda brasileira. “A tentativa de destruir o PT, a tentativa de destruir a esquerda brasileira não deu certo. Nós conseguimos sobreviver e saímos desse processo muito mais fortes”, disse.
Lula voltou a criticar as privatizações, a destruição do patrimônio nacional e o aprofundamento da pobreza no país “Eles estão muito preocupados em garantir o espaço fiscal para que os banqueiros continuem mamando numa vaca gorda chamada Brasil, o tempo inteiro, enquanto o povo está deitado na rua, dormindo no frio e passando fome.”
Por fim, Lula criticou: “O seu Bolsonaro foi eleito, primeiro, pelo desmonte e descaracterização da política neste país. O ódio estabelecido contra a política permitiu que um cidadão que passou a vida inteira como político fizesse campanha dizendo que não gostava da política. E esse cidadão não cuidou da pandemia, da fome, do emprego e do salário. E esse cidadão pratica a velha política da pior espécie que um presidente pode se relacionar com o Congresso Nacional”.