Escrito por: Redação CUT

PF faz operação de busca e apreensão contra 8 empresários bolsonaristas golpistas

Eles defenderam o golpe em grupo de WhatsApp, caso Bolsonaro perca as eleições para Lula, como indicam as pesquisas

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou e a Polícia Federal (PF) está cumprindo, nesta terça-feira (23), mandados de busca e apreensão contra oito empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado em um grupo de WhatsApp caso o ex-presidente Lula (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2 de outubro deste ano, como indicam todas as pesquisas de intenções de voto.

Os alvos da operação são:

Alexandre de Moraes também autorizou, em despacho encaminhado na sexta-feira (19), que os  empresários prestem depoimento aos policiais federais.

Os mandados estão sendo cumpridos em dez endereços residenciais e profissionais no Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Segundo o Estadão, os celulares foram apreendidos e serão periciados pela PF.

As conversas do grupo de empresários no WhatsApp foram reveladas pelo site Metrópole na quarta-feira (17). O grupo também debateu propostas de violação da lei eleitoral e ataques a instituições.

Após a divulgação da reportagem, vários empresários do grupo negaram que defendem um golpe de Estado ou que apoiam atos que sejam ilegítimos, ilegais ou violentos.

Mas, a reação contra o grupo foi imediata.  O senador Ranfolde Rodrigues (Rede-AP), por exemplo ingressou com uma petição no STF pedindo a investigação, inclusive com a tomada de depoimento dos envolvidos, a quebra dos sigilos, o bloqueio de contas e as necessárias prisões preventivas.

"Não passarão! Estamos peticionando ao STF, pedindo quebra de sigilo, bloqueio e se necessário prisão. A democracia não pode tolerar convivência com quem quer sabotá-la", afirmou Randolfe, que é líder da oposição no Senado.

Veio da Havan

Segundo a Revista Fórum, Luciano Hang, também conhecido como o véio da Havan, deixou sua mansão em Brusque, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, antes da chegada dos agentes da Polícia Federal.

Nos stories do Instagram, Hang publicou um vídeo por volta das 9h da manhã marcando "terça-feira 6:00", horário em que teria deixado, de avião, o centro administrativo da Havan em Brusque rumo ao litoral catarinense, onde visita lojas da rede.

Os agentes também foram a casa de veraneio de Hang em Balneário Camboriú e no escritório da Havan.

Em outra postagem no Instagram, Hang disse que os federais o localizaram em sua empresa e que seu celular foi apreendido. “Fui tratado como bandido”, diz ele no texto.

     Ver essa foto no Instagram           

Uma publicação compartilhada por Luciano Hang (@lucianohangbr)

Repercussão no Twitter

A operação da Polícia Federal tomou conta das redes sociais na manhã desta terça. Só relacionada a Luciano Hang já são 6.756 tuites postados. "Vai, Xandão" é outra hasthag que está crescendo. 

O dia já começou com Alexandre de Moraes mandando o Bom Dia PF na casa de Luciano Hang e outros empresários golpistas.

— jairme (@jairmearrependi) August 23, 2022

 

Oi, @LucianoHangBr, tudo bem com você? Tô sentindo falta do seu bom dia no twitter. Algum problema por aí?

— Renato Rovai (@renato_rovai) August 23, 2022

Vai Xandão! pic.twitter.com/Bnm1nkuHH2

— Leandro Mad (@leandromadb) August 23, 2022

Vai Super Xandão! O Guardião do Povo.

— És Tupi Do Brasil (@Tupiraoni) August 23, 2022

Aliados do presidente estão irritados com operação da PF

Aliados do presidente Jair Bolsonaro ficaram irritados com a operação da PF contra os empresários bolsonaristas golpistas.

Segundo a jornalistas Andréia Sadi, do G1, “um interlocutor do presidente trata como "provocação" as buscas contra Luciano Hang, dono da Havan e um dos empresários alvos da operação”.

Eles estão mais furiosos ainda porque a operação ocorre no mesmo dia em que Moraes deve se reunir com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

“O encontro é visto pelo QG da reeleição como mais uma oportunidade para tirar gás dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral que, para os assessores, atrapalha os planos de reeleição do presidente”, diz a jornalista.