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PF intima Bolsonaro a depor em caso de vazamento de inquérito do TSE

Bolsonaro usou o conteúdo do inquérito em uma entrevista em 4 de agosto para atacar sem provas a segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro

Publicado: 14 Dezembro, 2021 - 15h24 | Última modificação: 14 Dezembro, 2021 - 15h41

Escrito por: Redação CUT

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no inquérito sobre o vazamento de dados de uma investigação sobre um ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.

Bolsonaro usou o conteúdo do inquérito em uma entrevista em 4 de agosto para atacar sem provas a segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. 

A apuração sobre o vazamento de dados foi solicitada pelo TSE ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o caso se relacionava com o inquérito das fake news e determinou investigação.

Segundo a colunista Camila Mattoso, do Painel da Folha de S. Paulo, quem decidiu intimar o presidente para prestar depoimento foi a delegada da PF Denisse Ribeiro, após ouvir o delegado responsável pelo inquérito, afastado por decisão de Moraes, e o deputado Filipe Barros (PSL-PR), que teve acesso ao material.

É a segunda vez que Bolsonaro é chamado pela PF para depor. A primeira foi no inquérito que apura a suspeita de interferência no órgão, acusação feita pelo ex-ministro Sergio Moro. Os policiais federais apuram como o deputado Felipe Barros tomou conhecimento do processo sigiloso em andamento na superintendência do Distrito federal.

Barros alega que o inquérito não era sigiloso e que o caso chegou ao seu gabinete por meio de uma denúncia na comissão do voto impresso, da qual era relator.

A entrevista em que o deputado e o presidente divulgaram as informações sigilosas ocorreu após uma live em que Bolsonaro levantou suspeitas sobre a segurança das urnas. Dias depois, em sete de setembro, o presidente atacou o ministro Alexandre de Moraes em discurso na Esplanada dos Ministérios. O ex-presidente Michel Temer interveio e, no dia seguinte, Bolsonaro baixou o tom dos ataques. Ele, no entanto, voltou a mirar Moraes nas últimas semanas.