PF não viu crime na relação entre Renan Bolsonaro e patrocinadores de sua empresa
Investigação sobre relação de Renan com empresários com contratos ou contatos com governo foi encerrada sem indiciamento. Um empresário patrocinou festa de abertura da empresa, outro doou um carro
Publicado: 31 Agosto, 2022 - 10h52 | Última modificação: 31 Agosto, 2022 - 11h08
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Um dia depois da revelação de que a Polícia Federal (PF) fez um relatório sobre a tentativa de um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), serviço secreto brasileiro, de atrapalhar a investigação sobre Jair Renan Bolsonaro, a superintendência da PF no Distrito Federal divulgou relatório final onde afirma que não encontrou crimes na suposta atuação do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (PL) em favor de empresários que patrocinaram a abertura de sua empresa e encerrou o caso sem nenhum indiciamento.
O inquérito foi aberto em março de 2021, após pedido do Ministério Público Federal baseado em denúncias feitas por parlamentares da oposição ao governo. Na época, o jornal Folha de S Paulo publicou fotos e vídeos de uma festa de inauguração da empresa do 04 em Brasília, paga por uma produtora que tem contratos com o governo federal.
Na mesma ocasião, a revista Veja publicou reportagem sobre a abertura da empresa e disse que Jair Renan solicitou ao gabinete da Presidência da República uma audiência para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores do Espírito Santo.
Segundo a Folha, empresas capixabas chegaram a doar um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil para um projeto parceiro da empresa de Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.
A Bolsonaro Jr e o projeto MOB, de propriedade do ex-personal trainer de Renan, Allan Lucena, inauguraram em outubro de 2020 o empreendimento Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O veículo foi doado pelos grupos WK, de propriedade de Wellington Leite, e Gramazini Granitos e Mármores Thomazini. Ambos tiveram suas logomarcas impressas na decoração da parede de entrada do escritório de Renan, junto com outras empresas que apoiaram a iniciativa empresarial.
Wellington Leite, do grupo WK, foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto. O empresário divulgou foto do encontro com o presidente em suas redes sociais no dia 21 de março do ano passado, data de aniversário do chefe do Executivo.
Outro empresário que repassou valores ao 04 foi Luis Felipe Belmonte, aliado de Bolsonaro que capitaneou a tentativa de criar o partido Aliança Brasil.