PF prende quatro bolsonaristas suspeitos de ato golpista com vandalismo no DF
Operação foi chamada de "Nero" em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma. São 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidas pelo STF
Publicado: 29 Dezembro, 2022 - 09h48 | Última modificação: 29 Dezembro, 2022 - 10h53
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, nesta quinta-feira (29), uma operação contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e de realizarem atos de vandalismo em Brasília (DF), em 12 de dezembro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, oito veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma. Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão ( 11 mandatos de prisão e 21 de buscas) , expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação está sendo realizada no Distrito Federal e nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Entre os alvos estão bolsonaristas que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Quatro pessoas foram presas: Klio Damião Hirano, que aparece em suas redes sociais em diversas postagens publicadas em acampamento em frente ao QG do Exército, onde manifestantes pedem uma intervenção das Forças Armadas para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outro detido, desta vez no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, é Átila Mello.
O terceiro preso é Joel Pires Santana. Ele é pastor e foi detido em Rondônia e é figura constante nos atos antidemocráticos. Nas redes sociais, o religioso publicou vídeos em que aparece conduzindo orações durante visitas de bolsonaristas ao Palácio da Alvorada nos últimos dias ou em cima de carros de som ao lado de cantoras gospel. O nome da quarta pessoa presa, também em Rondônia, não foi divulgado. Sua prisão foi anunciada às 10h, na coletiva de imprensa de integrantes da Polícia Federal e da Polícia Civil. Os presos devem ser encaminhados à Brasília. A operação continua.
Com as prisões de hoje já são cinco os bolsonaritas presos por atos de terrorismo. No último sábado (24), George Souza foi preso acusado de tentar explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília.
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Dino diz que prisões são fundamentais para garantir Estado de Direito
O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, comentou a operação desta quinta, no Twitter que:
"As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo", escreveu.
Com informações do Brasil de Fato, G1 e Metrópoles