Escrito por: Redação CUT

PF vê sinais de corrupção na Codevasf, estatal que Bolsonaro entregou ao Centrão

De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (3), um gerente da Codevasf no Maranhão foi acusado de ter recebido cerca de R$ 250 mil de empresas investigadas por fraudes a licitações

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A Polícia Federal encontrou sinais de corrupção na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou para o centrão, em troca de apoio político.

O centrão é formado por um grupo de partidos comandados pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que indicaram o presidente da companhia, Marcelo Moreira Pinto.

Bolsonaro ganha apoio político na Câmara, onde mais de 100 pedidos de impeachment foram engavetados por Lira e aprovação de projetos de interesse do governo, como a reforma da Previdência, que prejudicou milhões de trabalhadores. Lira e Ciro ganham controle sobre os milhões destinados a Codevasf, que eles podem distribuir entre seus aliados nos estados em troca de votos.  

Sinais claros de corrupção

A PF encontrou sinais claros de corrupção ao deflagrar a segunda fase da operação Odoacro na semana passada. O objetivo disse a PF, foi  “desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos que auxiliavam nas fraudes licitatórias e no desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)", segundo reportagem do  jornal Folha de S Paulo.

De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (3), um gerente da Codevasf no Maranhão foi acusado de ter recebido cerca de R$ 250 mil de empresas investigadas por fraudes a licitações.

Na primeira fase da operação, deflagrada em 20 de julho, os policiais federais apreenderam cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens luxuosos, como relógios importados.

Um dos alvos da apuração é a empreiteira Construservice, vice-líder em licitações na Codevasf. A empresa usou laranjas para participar de concorrências públicas na gestão de Bolsonaro.

Desde 2019, o governo reservou à Construservice ao menos R$ 140 milhões, tendo desembolsado R$ 10 milhões do total até agora.

Na documentação da investigação, a PF destacou que o empresário Eduardo José Barros Costa, sócio oculto da Construservice, representou a empresa em reunião oficial com o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, na sede da companhia, em 16 de dezembro de 2020.

A Codevasf não confirma os participantes do encontro, mas integrantes da estatal dizem que o empresário preso pela PF representou a empreiteira naquela data.

Costa, também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP, foi preso na primeira fase da operação e depois foi solto.

Os agentes da PF levantaram indícios de que o grupo de Costa atuava com seis empresas de fachada e seis laranjas. Suspeitam também que pelo menos um servidor da Codevasf participa do suposto esquema criminoso.

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