PGR pede investigação sobre prevaricação de Bolsonaro na compra da Covaxin
Procuradoria deve investigar se delito de Bolsonaro teria sido cometido para satisfazer interesse próprio
Publicado: 02 Julho, 2021 - 12h39 | Última modificação: 02 Julho, 2021 - 12h46
Escrito por: Redação RBA
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de inquérito para investigar a prevaricação do presidente Jair Bolsonaro na compra da vacina indiana Covaxin. O pedido foi enviado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, nesta sexta-feira (2), ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na noite de ontem (1º), a ministra do STF Rosa Weber cobrou uma posição da PGR sobre a notícia-crime apresentada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) ao Supremo, pedindo a investigação de fatos apurados pela CPI da Covid. A investigação é baseada na denúncia do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e deu seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, sobre irregularidades na compra da Covaxin.
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Eles dizem que avisaram Bolsonaro, em reunião no dia 20 de março, sobre suspeitas, mas que foram ignoradas pelo mandatário. O inquérito buscará esclarecer se Bolsonaro prevaricou diante da denúncia. Ou seja, não tomou as medidas cabíveis.
No pedido enviado ao STF, o vice-procurador quer saber se de fato houve prevaricação de Bolsonaro e se o delito teria sido cometido para satisfazer algum interesse próprio. A Procuradoria, que demorou para agir, argumentou que aguardaria a conclusão da CPI, mas Rosa Weber afirmou que a apuração da comissão não impede a atuação do Ministério Público Federal (MPF). E acrescentou que a PGR “desincumbiu-se de seu papel constitucional”.
Ação contra Pazuello
Na madrugada desta sexta, o Ministério Público Federal enviou à Justiça Federal uma ação contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por improbidade administrativa. A ação classifica os atos de Pazuello como “prejudiciais ao combate à pandemia de Covid no país” e cita a lentidão na compra de vacinas e a adoção do chamado “tratamento precoce” com remédios sem eficácia.
A ação do MPF afirma que a gestão Pazuello causou um prejuízo de R$ 122 milhões aos cofres públicos, e pede que ele faça o ressarcimento do valor. Após a denúncia, caberá à Justiça Federal decidir se tornará Pazuello réu no caso.
A ação é assinada por oito procuradores da República. “A omissão e a negligência do ex-ministro da Saúde no trato das negociações das vacinas custou caro à sociedade (que sofre os efeitos sociais de uma economia em crise e sem perspectiva de reação), à saúde da população (que amarga índices descontrolados de morbidade e mortalidade por covid-19) e ao SUS (cujos leitos de UTI Covid adulto, só no primeiro semestre de 2020, custaram R$ 42 milhões/dia ou R$ 1,27 bilhão/ mês)”, afirmam na ação.