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PIB brasileiro cresce 1%; resultado é considerado modesto e abaixo do esperado

Alta foi puxada pelo setor de serviços, um dos segmentos mais afetados durante a pandemia, mas resultado está abaixo das projeções, que indicavam alta de 1,4%

Publicado: 02 Junho, 2022 - 11h32 | Última modificação: 02 Junho, 2022 - 11h49

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Vanderlei Farias/Secom Cascavel
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2022 e alcançou R$ 2,249 trilhões em valores correntes, em comparação ao último período de 2021, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado, considerado modesto e abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta de 1,4%, foi puxado pelo setor de Serviços, um dos segmentos mais afetados durante o período de restrição da pandemia, que representou 70% do PIB.

Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, setores como a Agropecuária (-8,0%) e Indústria (-1,5%) - neste caso influenciada pelas retrações da Indústria da Transformação (-4,7%) e das Indústrias Extrativas (-2,4%) - registraram quedas elevadas.

Para se ter uma ideia da situação do país, em 2015, o PIB foi de R$ 5,9 trilhões em valores correntes. No governo Lula, segundo a Consultoria Tendências, o país chegou a crescer 7,5% em 2010. De 2003 a 2016, a média de expansão do PIB foi de 2,9%, contra 2,5% da média do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Segundo especialistas, a melhora no índice (1% no geral) foi influenciada pelos processos de reabertura da economia após os dois anos de pandemia de Covid-19.

“Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Ainda dentro dos serviços, houve crescimento de 2,1% em Transporte, armazenagem e correio. “Houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia”, avalia a pesquisadora.

Por outro lado, a agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre. “Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira”, destaca.

Na Indústria, houve estabilidade (0,1%). O maior avanço nas atividades industriais veio de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi das Indústrias Extrativas (-3,4%). “Essa atividade puxou o resultado para baixo, e sua queda se deve especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. Como a Indústria da Transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da Indústria”, explica a pesquisadora

Consumo das famílias cresce 0,7%

O consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou estável (0,1%).  

Já os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 3,5%. “Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período”, explica Rebeca Palis. No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (19,7%).

Agropecuária e Indústria caem na comparação interanual

Frente ao primeiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,7%. A agropecuária teve queda de 8,0% nessa comparação, resultado que pode ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como a soja e o arroz.

A Indústria também teve queda (-1,5%) nessa comparação, influenciada pelas retrações da Indústria da Transformação (-4,7%) e das Indústrias Extrativas (-2,4%). O recuo da Indústria da Transformação foi influenciado pela fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico, indústria moveleira e farmacêutica. Já as Indústrias Extrativas foram afetadas pela queda da extração de minérios ferrosos.

 

Com informação da Agência de Notícias do IBGE.