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PIB despenca 4,1% em 2020 e registra maior queda desde 1996, diz IBGE

Caiu tudo, a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, o PIB por habitante, o consumo das famílias e os gastos do governo

Publicado: 03 Março, 2021 - 11h20 | Última modificação: 03 Março, 2021 - 11h30

Escrito por: Redação CUT

Tomaz Silva/Agência Brasil
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil despencou 4,1% em 2020 em comparação a 2019 – foi o maior recuo da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1996.

No ano passado, o PIB - soma dos bens e serviços produzidos no país - totalizou R$ 74 milhões, o PIB per capita (por habitante) foi de R$ 35.172 – queda recorde de 4,8% em relação a 2019, a maior queda em 24 anos,segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3), pelo IBGE.

Consumo das famílias é o menor em 24 anos

O consumo das famílias teve o menor resultado da série histórica (-5,5%) em 2020, ano marcado pelos recordes de desemprego, inflação alta, quarentena que obrigou os informais a ficarem em casa para conter a expansão da pandemia do novo coronavírus, além da falta de propostas do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) para aquecer a economia.

A queda no consumo do governo também foi recorde (-4,7%), e pode ser explciada, segundo o IBGE, pelo fechamento de escolas, universidades, museus e parques ao longo do ano. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 0,8%, encerrando uma sequência de dois anos positivos. A balança de bens e serviços registrou queda de 10,0% nas importações e 1,8% nas exportações.

A coordenadora do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, de onde são tirados os dados da pesquisa, Rebeca Palis, confirma avaliação de que o resultado negativo “é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus”.

“Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, complementou.

Entre os setores, apenas a agropecuária cresceu: 2%, com destaque para soja, café e milho. A indústria caiu 3,5% (a queda na indústria de transformação foi de 4,3%) e os serviços, 4,5%. Nesse último, que tem maior peso na economia (70% do PIB), os serviços prestados às famílias tiveram queda de 12,1%. Na construção, a retração chegou a 7%. Nos subsetores, o de atividades financeiras cresceu 4%.

Segundo ano ruim

O governo Bolsonaro já havia apresentado o chamado “pibinho” no primeiro ano, com resultado revisado de 1,4%. Com uma economia que nunca deslanchou, quadro agravado pela pandemia, veio a retração de 2020, lembra reportagem da RBA. Cujo resultado o ministro Paulo Guedes também errou: ontem, ele declarou em entrevista acreditar que o PIB cairia menos de 4%. Para este ano, ele já prevê alta de 3% a 3,5%.

O melhor resultado da recente série histórica foi em 2010: 7,5% de crescimento. A queda do ano passado praticamente elimina os pequenos PIBs de 2017 a 2019, com alta acumulada de 4,6%.

Confiram mais dados na Agência IBGE.