Pilotos e comissários param por reajuste de salários e voos são suspensos ou atrasam
Ao menos 9 voos saíram atrasados ou foram suspensos nessa segunda-feira. As paralisações devem ocorrer diariamente e por prazo indeterminado, das 6h às 8h da manhã
Publicado: 19 Dezembro, 2022 - 11h09 | Última modificação: 19 Dezembro, 2022 - 11h14
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Começou nesta segunda-feira (19), a greve dos pilotos e comissários de avião por aumento de salário. A categoria reivindica recomposição das perdas inflacionárias, melhorias nas condições de trabalho, renovação da convenção coletiva de trabalho, definição dos horários de início de folgas e cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.
A greve, aprovada por pilotos e comissários na última quinta-feira (15), deve ocorrer diariamente e por prazo indeterminado, das 6h às 8h da manhã, até que as empresas aéreas sentem na mesa de negociação para tentar chegar a um acordo com os representantes da categoria.
No primeiro dia da paralisação, pelo menos 20 voos atrasaram no horário de pico. Foram registrados atrasos nos aeroportos de Fortaleza (três voos atrasados), Brasília (três voos atrasados), Rio-Galeão (3 voos decolarasm com atraso e um foi suspenso), no Santos Dumont um voo também foi suspenso e Belo Horizonte (um voo atrasado). Também tiveram as atividades paralisadas, com menos impactos nos voos Congonhas (em São Paulo), Guarulhos (em São Paulo), Rio-Santos Dumont, Viracopos e Porto Alegre.
Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas aéreas.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), os voos que transportam órgãos, vacinas, enfermos não serão impactados.
Proposta patronal reprovada pela maioria
76,3% dos pilotos, copilotos e comissários de bordo rejeitaram uma proposta apresentada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) após negociação intermediada pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Aloysio Corrêa da Veiga.
A proposta previa a renovação da atual convenção coletiva dos aeronautas, reajuste de salários e benefícios pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 0,5% de ganho real (acima da inflação) e a inclusão de uma nova cláusula que autoriza os tripulantes a venderem voluntariamente algumas folgas.
Na sexta, a ministra Maria Cristina Peduzzi, do TST, atendeu parcialmente um pedido das aéreas e determinou a manutenção de 90% do dos tripulantes seguissem na ativa.
Os tripulantes seguirão trabalhando e se apresentarão a seus postos de trabalho, mas atrasarão as decolagens do início da manhã.
Em transmissão realizada na tarde deste domingo, o presidente do SNA, Henrique Hacklaender, orientou os tripulantes a irem aos aeroportos, mesmo aqueles que não estão com decolagens agendadas para o início da manhã.
"Vai para o aeroporto, se reúne com os colegas que estiverem lá e, a partir daí ficamos no aeroporto até 8h da manhã", disse. "'Ah, mas minha decolagem é entre as 6h e as 7h'. Não tem problema, se reúne com seus colegas e fica lá em sinal de protesto a essa proposta que não condiz com o que foi solicitado", afirmou.
Hacklaender disse, na transmissão, que as empresas não aceitaram discutir regras para descanso, repouso e folgas dos tripulantes. "As empresas se negaram, nesse período todo, a atenderem minimamente isso e, por esse motivo, amanhã, sim, faremos uma paralisação."
O Snea representa Azul e Gol nas negociações. A Latam diz que discute o acordo coletivo diretamente com os tripulantes, mas, segundo sindicato, a greve engloba toda a categoria.