Escrito por: Redação CUT
Enfermeira teve de ir a delagacia depor ‘coercitivamente’ apenas por avisar o paciente, um PM, que UPA não tinha ortopedista nem como imprimir radiografia
Uma enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Irmã Dulce, em Marechal Deodoro (AL), foi ameaçada por um Policial Militar porque não havia médico ortopedista na unidade, nem a possibilidade de imprimir uma radiografia como ele exigia.
O PM sacou uma arma e chamou uma viatura para conduzir coercitivamente, ou seja, de forma forçada, a enfermeira ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Marechal Deodoro, onde ela diz que foi ouvida sem direito à presença de um advogado.
A enfermeira denunciou as ameaças ao Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal) e ao Conselho Regional de Enfermagem e a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) entrou com uma representação, na Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), que abriu um procedimento para investigar a denúncia.
Segundo a advogada Sadriana Santana, integrante da Comissão Especial da Mulher da OAB, a Corregedoria da PM-AL deu um prazo de 15 dias para finalizar a investigação interna, a contar do dia 30 de maio. Sadriana afirmou, ainda, que a enfermeira se encontra muito abalada e amedrontada com toda a situação.
O caso é acompanhado de perto pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social (Sindprev-AL), que divulgou uma nota de repúdio contra a agressão.
De acordo com a nota, “os momentos de terror vividos pela profissional de enfermagem ainda foram prolongados, quando o referido PM convocou uma guarnição ‘amiga’ para levar coercitivamente a profissional para um ‘depoimento’, sem que ela tivesse o direito da presença de um advogado, o que configura total ilegalidade”.
“O absurdo da ‘operação’ policial chegou a cúmulo de ameaçar colocar a profissional na traseira da viatura, numa clara tentativa de intimidar e afrontar ainda mais o direito constitucional da cidadã que estava em seu exercício profissional”, segue a nota do Sindprev-AL, que está acompanhando o caso e colocando à disposição da profissional todos os meios necessários para que seja feita Justiça.
“Não podemos admitir qualquer tipo de violência física ou psicológica contra pessoas como meio para resolver problemas, a humanidade já superou isso há séculos”, diz a nota.
A direção do Sindprev-AL encerra a nota cobrando punição exemplar a “a todos os policiais envolvidos neste ato bárbaro de intimidação profissional”.