Escrito por: Redação RBA
Segundo o MST, a Tropa de Choque utiliza veículo blindado e dispara bombas de gás lacrimogêneo. Situação é tensa. Há feridos no local
A tensão aumentou na tarde de hoje (14) no acampamento Quilombo do Campo Grande, em Campo do Meio, sul de Minas Gerais. A Polícia Militar chegou com um veículo blindado e policiais passaram a disparar bombas de gás lacrimogêneo contra as 450 famílias que há mais de 48 horas resistem ao despejo. Segundo o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), que organiza o acampamento, helicópteros sobrevoam a área e há feridos no local.
A ação de despejo teve início na manhã desta quarta-feira (12), com cerca de 150 policiais. Sob pressão de organizações e movimentos de defesa dos direitos humanos, o governador Romeu Zema chegou a declarar nas redes sociais que o despejo estaria suspenso. Mas não foi o que aconteceu.
O despejo, que é vetado por decreto em meio à pandemia, é questionado também por aspectos relativos ao processo. A decisão judicial que embasa a reintegração de posse inclui as famílias que estão fora da área envolvida no acordo firmado.
O acampamento foi construído há 22 anos, em área da falida usina de açúcar Ariadnópolis. O processo de falência deixou pendências tributárias e trabalhistas. No local são produzidos todo ano 510 toneladas de café orgânico, além de oito toneladas de mel, além de cereais, hortaliças, frutas, fitoterápicos, leite e derivados.