Escrito por: Redação CUT
De acordo com os trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), um homem ficou ferido e precisou ser socorrido
De forma truculenta, a Polícia Militar do Maranhão iniciou, às 5h30 desta terça-feira (13), uma operação de despejo de cerca de 250 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, que vivem em Pindaré-Mirim, a 255 quilômetros de São Luís.
De acordo com os trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), um homem ficou ferido e precisou ser socorrido, mostra reportagem de Juca Guimarães, do Brasil de Fato.
A área é ocupada pelos agricultores desde setembro de 2016 e o movimento popular pediu para o Estado investigar a documentação do território, pois há suspeita de irregularidades. O movimento acredita que é uma área da União com condições de ser destinada à reforma agrária, dependendo da análise do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O suposto proprietário, que entrou com o pedido de despejo na Justiça Federal, já é investigado por invasão e grilagem de área de preservação permanente às margens do rio Parnaíba, que divide os estados de Piauí e Maranhão. Ele é dono de uma conhecida rede de lojas do Nordeste.
A área ocupada pelas 250 famílias há dois anos estava improdutiva. Enquanto aguardavam a análise para saber se a área poderia ser destinada à Reforma Agrária, os sem terra começaram uma produção de subsistência de milho, mandioca, feijão e arroz. A plantação de mandioca, por exemplo, ocupa uma área de 110 hectares.
Os agricultores fizeram vários pontos de barricada para atrasar o avanço dos polícias. A estratégia é para ganhar tempo e conseguir negociar com a Justiça uma suspensão do despejo.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão foi procurada pelo Brasil de Fato para dar sua versão sobre os relatos de abusos e truculência durante a operação de despejo, mas não respondeu.