Podcast: Sérgio Nobre destaca a participação da CUT no G20 Social
Primeira edição do Podcast da CUT, com o presidente nacional da Central, fala da importância do G20 Social, que tem como objetivo incluir pautas da classe trabalhadora nas decisões políticas dos países do G20
Publicado: 04 Novembro, 2024 - 13h57 | Última modificação: 04 Novembro, 2024 - 18h55
Escrito por: André Accarini
A importância histórica da realização do G20 Social, evento que acontece de 14 a 16 de nobembro no Rio de Janeiro e que reúne movimentos populares dos países que compõem o G20, foi destacada pelo presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, em entrevista especial para o Podcast Estúdio CUT, programa que estreia nesta segunda-feira (4) e será semanal com a participação do dirigente, trazendo a cada edição, um tema de grande relevância para a classe trabalhadora.
Neste primeiro bate-papo, o dirigente explica o papel do G20 Social e ressaltou que, no Brasil, será inovador já que a participação dos movimentos passa a ser “institucional”. Em anos anteriores, ele explicou, as atividades eram realizadas de forma não oficial.
O G20 Social, uma inciativa que teve origem em 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, é composto por 13 grupos de engajamento, ou seja, grupos temáticos que discutem as pautas de cada setor, com o objetico de que tais pautas incidam nas decisões políticas do líderes do G20. “Não tem sentido os líderes dos 20 países mais ricos do mundo se reunirem, discutirem a pauta econômica e não debaterem os problemas do mundo, da sociedade, como o emprego, o combate às desigualdades. Sempre que o G20 ocorreu em outros países, a classe trabalhadora, os movimentos sociais, os movimentos populares ficaram à margem, tiverem de organizar atividades paralelas não reconhecidas pela organização do G20 para poder ter voz e fazer o contraponto à pauta dos líderes”, afirmou o presidente nacional da CUT.
L20
Entre os grupos que debatem pautas temáticas no G20 Social, está o do trabalho. Chamado de L20, cuja sigla se refere à palavra Labour (trabalho, na tradução para o português), o grupo é coordenado pela CUT. Na entrevista, Sérgio Nobre faz um resumo de quais serão as demandas a serem destacadas no evento.
“As propostas que vamos apresentar são de pensar o planeta - combater a desigualdade no planeta, gerar emprego. Então, por exemplo, o movimento sindical vai apresentar uma proposta muito interessante que é a geração de 575 milhões de novos empregos formais no até 2030 e também a formalização de um bilhão de empregos no mundo todo também até 2030”, conta o presidente da CUT, explicando que e a ideia é apresentar essas propostas ao presidente Lula para que ele as coloque no seu discurso com os líderes mundiais.
“Vai ser extraordinário. É uma coisa nova. A nossa luta, historicamente, sempre foi pensar no país. Agora, O G20 Social nos dá a oportunidade discutir o planeta. É uma oportunidade que os movimentos brasileiros contribuíram muito”, disse o dirigente.
Confira a entrevista completa com Sérgio Nobre
G20
O G20, grupo que reúne as principais economias emergentes do planeta, nasceu em 1999, com a função e dar voz e representação às economias, entre elas o Brasil. Tais países, juntos, representam fatia importante da economia mundial, além de concentrarem também considerável parcela da população mundial. Além do G20, há outro grupo, o G7, das sete maiores potências do planeta.
A agenda do G20 inclui temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
“O G 20 acaba viabilizando que países como o Brasil possam participar dos rumos que afetam a economia internacional e o comércio global”, explica o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa.
O G20 começou a tomar corpo como organismo multilateral após a crise de 2008, por uma iniciativa do presidente Lula, à época, em seu segundo mandato. A crise acabou levando o mundo inteiro a uma situação econômica de dificuldades.
Naquele momento, levou-se em consideração a atuação e influência das maiores economias nos rumos globais, explica Lisboa. “Vocês criam um problema, mas eles são do mundo inteiro, então vamos ampliar um pouco mais”, disse o dirigente sobre o posicionamento das demais economias.
A partir de então, o G20 passou a exercer uma incidência maior no debate de questões mais importantes e centrais do contexto global, o que também se resulta em um maior debate dessas questões no Brasil.
Nesse contexto, o G20 passou a ocupar um espaço importante porque não só constrói de forma multilateral esses diálogos, mas é capaz também de incidir para além das economias dos países integrantes.
G 20 Social
Anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do bloco, o G20 social tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, ou seja, por meio de diálogo e iniciativas para a inserção das demandas da classe trabalhadora nas discussões do G20.
É formado por 13 grupos de engajamento. São eles o C20 (sociedade civil); T20 (think tanks); Y20 (juventude); W20 (mulheres); L20 (trabalho); U20 (cidades); B20 (business); S20 (ciências); Startup20 (startups); P20 (parlamentos); SAI20 (tribunais de contas); J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).
O evento mais importante do G20 Social será a Cúpula Social, nos dias 14, 15 e 16 de novembro de 2024, antecedendo a Cúpula de Líderes do G20, as duas no Rio de Janeiro.
A Cúpula Social mostrará o trabalho desenvolvido pelas sociedades, além de ser um panorama de troca de experiências com o objetivo de apontar caminhos para a construção de políticas baseadas em justiça social, econômica e ambiental e a luta contra as desigualdades.