Escrito por: Redação RBA

Policiais, delegados e peritos entram em ‘mobilização’ contra PEC Emergencial

Entidades representantes dos trabalhadores policiais, que em sua maioria são simpáticos a Bolsonaro, se organizam para barrar a PEC Emergencial, que penaliza a categoria

Marcelo Camargo/ABR

O combate às armadilhas da PEC Emergencial, que é chamada pela oposição à base de Jair Bolsonaro na Câmara como como “PEC da chantagem”, está mobilizando policiais civis, inclusive das polícias científicas, delegados, peritos e escrivães. Nesta madrugada, a Câmara aprovou em primeiro turno seu texto-base, que prevê o pagamento do auxílio emergencial de março a junho com R$ 44 bilhões por fora do teto de gastos. Em compensação, impõe medidas de contenção que afetam em cheio os servidores.

A União dos Policiais do Brasil (UPB), com apoio de 24 entidades representativas da categoria e outras afins, divulgou nota criticando o descaso do governo federal com os servidores. As entidades reafirmam que a PEC Emergencial proposta pelo governo é “um projeto chantagista”. Também entendem que se trata de mais uma medida do “desmonte econômico, social e profissional que vem sendo imposto ao serviço público e a toda segurança pública brasileira”. Por isso, pedem a adesão da categoria ao estado de alerta e de mobilização permanente, para combater o desmonte econômico, social e profissional promovido pelo governo.

Contra a PEC 186

Em tuitaço contra a PEC 186 na manhã de hoje (10), o pastor Alexandre Gonçalves alfinetou a maioria dos policiais, que criticam a esquerda. Diretor parlamentar do Sindicato dos Policiais e Servidores da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, chamou de “ironia pedagógica” a atuação dos partidos de esquerda.

Confira íntegra da nota

Policiais brasileiros se unem contra a PEC Emergencial do governo federal

A União dos Policiais do Brasil (UPB) divulgou uma nota pública criticando o descaso do governo federal com os servidores do país, dentre eles os policiais brasileiros. A entidade classifica a  PEC emergencial proposta pelo governo como um projeto chantagista e convida os policiais civis, entre eles os integrantes das polícias científicas, a aderirem ao estado de alerta e mobilização permanente, “a fim de combater o desmonte econômico, social e profissional que vem sendo imposto ao serviço público e a toda segurança pública brasileira”.

A nota, que é assinada por outras 24 entidades, entre elas a Associação Brasileira de Criminalística (ABC), da qual o SINPCRESP é signatário, ressalta os graves prejuízos ao serviço público e em especial à segurança pública que a medida representa e ressalta a importância da  atuação dos servidores públicos ao povo brasileiro. O serviço público, diz o documento, está presente em todos os cantos do país, “onde a iniciativa privada não pode ou não tem o interesse de chegar, levando, entre outros serviços, saúde, educação e segurança a toda população”.

O presidente do SINPCRESP, Eduardo Becker, ressalta a necessidade de mobilização contra mais essa tentativa de demonizar o servidor público e conclama os associados a aderirem ao estado de alerta, que é um comunicado do descontentamento das categorias com as medidas tomadas em prejuízo da prestação do serviço público à sociedade. “Os peritos criminais devem ficar atentos às ações do governo e das suas entidades representativas para participar de mobilizações que cobrem a manutenção dos direitos conquistados ao longo de muitos anos de luta”, observa Becker.

A diretora do SINPCRESP, Camila Guedes, ressalta que os policiais paulistas vêm sofrendo há décadas com a desvalorização. “Não é justo nós policiais, que estamos na linha de frente durante toda a pandemia, e sem vacinação, tomarmos mais esse duro golpe em nossos direitos. A aprovação desta PEC trará um completo caos na segurança pública, uma vez que os policiais paulistas já vêm sofrendo com a desvalorização há mais de duas décadas. Já estamos no limite!”, afirma.

O texto diz que a “emergência que o país vive é a da necessidade por vacinas e o auxílio aos mais necessitados e não a demonização do serviço público, por meio do congelamento de direitos e de estrutura que poderá chegar a 15 anos, afetando diretamente a população mais carente desses serviços, indo na contramão de um atendimento de qualidade e eficiência à sociedade”.

O documento reforça que, ao “encaminhar um projeto chantagista ao Congresso Nacional, (…) o governo federal demonstrou que não cumpre e nem pretende cumprir as promessas de valorização dessas categorias e de desenvolvimento do setor”.

Entidades que subscrevem o manifesto