Por defender bandeira dos trabalhadores, CUTistas são bem votados no Brasil
Diretoras da CUT licenciadas conseguem garantir duas cadeiras estaduais, Bebel em São Paulo e Bia Cerqueira em Minas. Em Pernambuco, Carlos Veras, vai representar a classe trabalhadora no Congresso
Publicado: 08 Outubro, 2018 - 18h52 | Última modificação: 11 Outubro, 2018 - 09h35
Escrito por: Érica Aragão
Em nome dos direitos sociais e trabalhistas para impedir os retrocessos apresentados e aprovados por bancadas de empresários, ruralistas e outros segmentos mais identificados com pautas conservadoras e de retirada de direitos, os candidatos da CUT que disputaram as eleições nesse domingo (7) saíram vitoriosos da histórica disputa eleitoral no Brasil.
“Muita gratidão e orgulho de todos os companheiros e companheiras que deixaram seus cargos na direção da CUT nacional e nas estaduais para disputar uma vaga no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, sob a bandeira dos trabalhadores e trabalhadoras”, agradeceu o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Esses homens e mulheres, ressalta Vagner, “eleitos ou não, com suas campanhas já contribuíram para ampliar e fortalecer a CUT em todo o Brasil, além de defenderem as bandeiras de lutas da classe trabalhadora”.
“Deixaram um trabalho reconhecido à frente da direção da maior Central Sindical da América do Sul para fazer a dura batalha do voto e buscar espaço nos parlamentos”.
Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), o Congresso Nacional teve a maior renovação dos últimos 24 anos, mas é o mais conservador da história.
Mesmo diante desse cenário, a CUT conseguiu eleger duas deputadas estaduais: em Minas Gerais, Bia Cerqueira, e em São Paulo, a Professora Bebel. Carlos Veras foi eleito em Pernambuco à Câmara dos Deputados.
“Os dirigentes e as dirigentes cutistas que disputaram as eleições desempenharam uma tarefa fundamental na nossa luta pela democracia e contra o fascismo. Não apenas por terem ajudado na eleição de candidatos a governador que apoiamos e a ida de Haddad ao segundo turno, mas também porque mostraram ao Brasil que podemos e temos condições de atuar em todas as frentes, mesmo num momento adverso como esse golpe que enfrentamos”, disse Vagner.
Candidatos cutistas são bem votados
Para enfrentar o conservadorismo no Congresso Nacional, principalmente os grandes fazendeiros, Carlos Veras, presidente da CUT Pernambuco licenciado, foi eleito para o cargo de deputado Federal. Com 72.005 votos, o agricultor familiar pernambucano vai representar os trabalhadores do campo em Brasília.
Presidente da CUT Rio Grande do Sul licenciado, Claudir Nespolo disputou uma vaga na Câmara pela primeira vez e teve 26.978 votos. Ele ficou como segundo suplente na bancada do PT no Rio Grande do Sul. A secretária de Políticas Sociais da CUT-RS licenciada, Cleunice Back, foi eleita primeira suplente do Paulo Paim (PT), que ocupou a segunda vaga do Estado para o Senado Federal.
No Ceará, Anizio Melo; em Sergipe, Ângela Maria de Melo; no Rio de Janeiro, Glorya Ramos e José Maria Rangel; no Paraná, Neveraldo da Silva Oliboni; e em São Paulo, Paula Leite, também tiveram votos expressivos para ocupar o Congresso Nacional.
A Bahia e agricultores familiares votou em peso na diretora nacional da CUT, Elisangela Santos Araujo, que conquistou 64.238 votos. Não levou a vaga na Câmara dos Deputados, mas é a quarta suplente do PT.
Outros candidatos que concorreram e também foram bem votados: Rodrigo Brito, do Distrito Federal; Danilo Libarino Assunção, da Bahia; Edilson José Gabriel, do Paraná; Ednaldo Ferreira e Luzenira, ambos da Paraíba; Elida Miranda, de Alagoas; Ivaneia Souza Alves, do Amapá; De Santa Catarina, Dirceu Dresch, Celia Elias, Adrianinho, Marta Vanelli, Wanderlei Monteiro, Jumeri Zanetti e Mari Câmara de Santa Catarina; e Mauro Rubens, de Goiás.
Todos denunciaram em suas campanhas os traidores da classe trabalhadora e defenderam as bandeiras trabalhistas. Muitos parlamentares que votaram contra os trabalhadores e trabalhadoras, como a reforma Trabalhista, foram denunciados pelos sindicalistas e não se reelegeram nas eleições deste ano.
Os trabalhadores da educação ganharam grandes reforços nos dois redutos conservadores do país. Em Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, a presidenta da CUT licenciada conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa no Estado. Entre os 10 mais votados, ela foi eleita com 96.824 votos. Professora, ela também já foi coordenadora-geral de um dos principais sindicatos da educação de Minas Gerais, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindiute).
Já a presidenta licenciada do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel de Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel, foi eleita com 87.169 votos para uma vaga da Assembleia Legislativa de São Paulo.