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Por que Danny Glover está na Vigília Lula Livre?

Não é a primeira nem será a última vez que se verá esta estrela de Hollywood se juntando àqueles que lutam e resistem, no lugar que for

Publicado: 31 Maio, 2018 - 11h56 | Última modificação: 01 Junho, 2018 - 09h56

Escrito por: Redação CUT

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
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O ator norte-americano Danny Glover foi a Curitiba no início da noite desta quinta-feira (31) dar boa noite ao ex-presidente Lula, mantido como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal desde 7 de abril.

Não é a primeira vez que o ator vem ao Brasil para mostrar seu apreço, seu apoio, sua parceria e solidariedade a Lula. Estrela de Hollywood que usa a fama para tentar ajudar os mais pobres do planeta, é conhecida a relação de Glover não só com Lula ou o PT, mas com movimentos sociais, líderes populares e partidos de esquerda em todo o mundo que lutam por justiça e inclusão social.

O que pouca gente sabe é o quão antiga e profunda é a relação do ator com a causa que defende. Assim como Lula, Danny Glover nasceu para lutar por justiça social, não sabe fazer outra coisa, irá até o final da vida seguindo o mesmo caminho.

Nasceu em 1946, filho de funcionários dos Correios, em São Francisco, Califórnia. Ali foi criado, ali estudou. Na Universidade Estadual de São Francisco, participou da maior greve estudantil da instituição, que começou em novembro de 1968. Dois grupos estudantis a organizaram: a União dos Estudantes Negros, de Glover fazia parte, e a Frente de Libertação do Terceiro Mundo. Suas demandas: que aquela universidade pública onde estudavam expandisse as ações do “Black Studies Department” (Departamento de Estudos sobre o Negro, em tradução literal) e criasse uma Escola de Estudos Étnicos. Foram cinco meses até a reitoria decidir atender às demandas, e a greve chegar ao fim. A “School of Ethnic Studies” da Universidade Estadual de São Francisco foi a primeira do gênero em seu país.

Ao longo da década seguinte, embora não fosse membro dos Panteras Negras, grupo anti-racista norte-americano, trabalhou em um de seus programas, de distribuição de café da manhã para famílias com crianças em situação de extrema pobreza. Também ajudou os panteras negras a organizarem seu jornal impresso.

Viveu em uma casa coletiva por um ano, engajou-se nos movimentos contrários à Guerra do Vietnã, outros de luta contra a política colonialista e racista aplicada à África e também de um grupo que lutava pela equanimidade no acesso à educação.

Junto com tudo isso, virou ator de Hollywood, ficou mundialmente famoso.

Mas nunca abandonou as lutas da sua vida, que na verdade é uma luta só. Assim como aquele a quem Glover vem visitar nesta quarta, o ator norte-americano coleciona títulos e comendas de universidades, entidades de defesa dos direitos humanos, governos de países africanos. Em 2006, enquanto participava de uma passeata contra a guerra no Iraque, ele tentou explicar o que move essa luta, a luta da sua vida:

“Eu tento achar esperança em lutas e resistências, não importa onde estejam ocorrendo. O crescimento do movimento contra a guerra do Iraque é um motivo para esperança, assim como a luta por tratados comerciais justos com a América Latina. Momentos de luta por justiça são momentos a ser celebrados. A celebração da energia daqueles que unem para resistir.”

É por isso que Danny Glover vem à Vigília Lula Livre.

 

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias, em Curitiba