Por salários, Jornalistas do Diário de Pernambuco aprovam estado de greve

Com mais de dois meses de salários atrasados, os jornalistas do Diário de Pernambuco aprovaram estado de greve em assembleia extraordinária, realizada com mediação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado (Sinjope) nesta quinta-feira (20).

A categoria decidiu também criar uma Comissão de Trabalhadores para tentar o diálogo com os patrões da empresa, ligada aos Diários Associados, o terceiro maior conglomerado de mídia do Brasil, para tentar negociar os pagamentos atrasados.

Além dos últimos salários, a empresa também não pagou dívidas antigas que já estavam parceladas com os profissionais e ainda não ressarciu os direitos demissionários de trabalhadores e trabalhadoras que perderam seus empregos nos últimos meses.

“Desde 2019 os jornalistas do Diário de Pernambuco têm enfrentado uma batalha para receber os salários. A empresa já mudou de gestão por várias vezes e o problema continua. A categoria já tentou o diálogo, mas isso tem ficado difícil também”, afirmou o presidente do Sinjope, Severino Junior.

O dirigente conta que o sindicato já procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT) e que foi orientado a apurar as condições financeira da empresa e tentar resolver a questão numa negociação entre a empresa e os trabalhadores.  E é o que o sindicato vai fazer, segundo ele. Porém, uma greve não está descartada. Uma nova assembleia da categoria está marcada para a próxima quinta-feira (27).

“Nós montamos a comissão que vai ficar durante toda essa semana dialogando com a empresa, estudando as planilhas, a saúde financeira da empresa e os dados necessários para tentar resolver. A gente entende que o diálogo é o melhor caminho mesmo, mas na próxima semana levaremos o resultado do trabalho da comissão para a categoria e para o MPT e ai resolveremos os próximos passos da luta”, explicou Severino.

Ele ressaltou que os seguidores das redes sociais e o consumo do jornal impresso do Diário de Pernambuco vêm crescendo no Estado devido a pandemia e os profissionais entendem a importância do papel do serviço da comunicação, mas também entendem que não podem manter um trabalho de qualidade passando necessidade.

“Numa situação de pandemia o papel do jornalista, além de informar, é orientar a sociedade sobre como sobreviver a esta catástrofe e o trabalhador tem feito o seu papel, mas a empresa tem negado o seu direito básico do pagamento do salário. E nós estamos fortalecendo nossa capacidade de organização para garantir postos de trabalho e garantir vidas, porque tem muita gente sem dinheiro para comprar o que comer”, frisou o presidente do sindicato.