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Por unanimidade, STJ reduz pena e Lula pode ir para casa ainda este ano

Ministros do STJ decidiram por unanimidade reduzir a pena do ex-presidente de 12 anos e 1 mês para 8 anos, 10 meses e 20 dias. Com decisão Lula poderá sair da prisão política este ano 

Publicado: 23 Abril, 2019 - 18h10 | Última modificação: 23 Abril, 2019 - 18h43

Escrito por: Rosely Rocha

Reprodução
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Os ministros da 5ª Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiram por unanimidade, nesta terça-feira (23), diminuir a pena estabelecida para o ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de 12 anos e 1 mês para 8 anos, 10 meses e 20 dias, no caso do triplex do Guarujá (SP).

Foram quatro votos a favor da redução da pena, já que o quinto ministro que compõe a Turma, Joel Ilan Paciornik se declarou impedido de participar dos julgamentos de processos ligados à Operação Lava Jato, pois seu advogado particular também representa a Petrobras, empresa envolvida na operação.

Lula foi condenado injustamente e sem provas pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, a nove anos e um mês de prisão. A sentença foi confirmada e ampliada para 12 anos pelos desembargadores do TRF4, que não levaram em consideração a documentação que demonstra que o imóvel nunca pertenceu ao ex-presidente.

Com a decisão, Lula pode passar para o regime semiaberto e cumprir o restante da pena em domicílio, nos próximos meses, provavelmente, até setembro, enquanto aguarda que o caso seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como manda a Constituição, que diz que uma pessoa somente poderá ser presa com o processo transitado em julgado, o que até agora não ocorreu no caso de Lula.

Lula é mantido preso político desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba e hoje, foi a primeira vez que uma Corte Superior julgou um dos recursos apresentados pela defesa.

Os ministros também votaram a favor de reduzir o valor cobrado do ex-presidente como “reparação dos danos” de R$ 16 milhões para R$ 2,4 milhões, valor correspondente ao apartamento tríplex, que não pertencia a Lula, e as supostas reformas feitas no imóvel, que ficou valorizado para o dono de fato, na época a Construtora OAS.

O único ministro que disse que o valor da multa poderia ser ainda menor, mas sem precisar a quantia, por não ter condições de fazer a análise contábil, foi Marcelo Navarro Ribeiro Dantas. Ele reconheceu que o ex-presidente Lula não  se beneficiou do imóvel.

As demais teses jurídicas dos advogados da defesa do ex-presidente para reverter a condenação como a anulação do processo nas instâncias inferiores e a suspeição da atuação no caso de Sérgio Moro não foram aceitas pelos membros da 5ª Turma do STJ.

O primeiro a votar foi o relator do caso o ministro Felix Fischer, que na conclusão de seu voto, deu provimento parcial ao recurso da defesa e diminuiu a pena do ex-presidente. Em seguida votaram os ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca (presidente da 5ª Turma) e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas que seguiram o voto do relator em relação à diminuição da pena.