Posse de Lula terá número recorde de autoridades estrangeiras
Presença confirmada de líderes de 17 países, até agora, mostra o prestígio de Lula e reforça o caráter de defesa do processo eleitoral democrático no país que derrotou Bolsonaro
Publicado: 15 Dezembro, 2022 - 16h51
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Chefes de Estado e representantes de 17 nações já confirmaram presença em Brasília no dia 1° de Janeiro de 2023 para a cerimônia de posse do presidente eleito, Lula (PT), entre eles, líderes de países como Alemanha, Espanha e Portugal.
O número foi atualizado nesta quarta-feira (14) pelo embaixador Fernando Igreja, integrante do governo de transição e responsável pelo cerimonial de posse. Segundo ele, é um recorde até agora e o número pode ser ainda maior, já que países como os Estados Unidos sinalizaram que querem participar do evento, mas ainda não confirmaram quem os representará.
“Será a posse com a presença do maior número de chefes de Estado”, disse Igreja, complementando que “o Itamaraty continua recebendo confirmações”.
Além do rei da Espanha, estão confirmados até o momento os presidentes da Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiné Bissau, Paraguai, Portugal, Suriname, Timor Leste, Uruguai e Zimbábue.
Também confirmaram presença o vice-presidente do Panamá, o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os ministros de Relações Exteriores da Costa Rica, do México, da Palestina e da Turquia, além de chanceleres, diretores de organismos internacionais e enviados especiais.
A primeira posse do presidente Lula, em 2003, contou com a participação de 110 delegações internacionais.
O presidente do Brasil que menos recebeu delegações em sua posse foi Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Foram 46 representantes estrangeiros. Já a posse da presidenta Dilma Rousseff (PT) foi a mais prestigiada em termos de presença estrangeira. Ela recebeu 130 delegações estrangeiras, das quais 32 lideradas por chefes de Estado ou de governo.
EUA
A maior potência do mundo, os Estados Unidos já sinalizaram que enviarão um representante, podendo ser até mesmo o presidente Joe Biden já que o governo americano reservou, de acordo com apuração da Globonews, um total de 80% dos quartos de uma hotel em Brasília para o período. São 200 quartos ao todo.
Segundo a embaixada do país no Brasil, o embaixador, ainda não há indicação sobre quem deverá comparecer à posse, mas há também a expectativa em torno da vinda da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris.
Além dela o secretário de Estado, Antony Blinken, e o Alto Representante para o Clima, John Kerry, que se reuniu com Lula na COP27 no Egito, são nomes possíveis para prestigiar a posse de Lula.
Vigilância à democracia
A importância da presença de autoridades internacionais na cerimônia de posse é resultado de um processo de reconhecimento do resultado das urnas no Brasil, que já começou logo após a divulgação do resultado, no dia 30 de outubro.
Primeira autoridade internacional a se manifestar, Joe Biden publicou mensagem a Lula apenas 40 minutos depois do resultado do pleito. Seguiram o presidente americano outros líderes como o presidente francês Emanuel Macrón, com quem Bolsonaro já se desentendeu no passado causando desconforto diplomático entre os países.
De acordo com apuração do correspondente internacional do Uol, Jamil Chade, a percepção entre os líderes mundiais é de que é preciso blindar a democracia no Brasil até a posse para que não haja possibilidade de qualquer contestação ou tentativa de golpe por parte da extrema direita brasileira.
As mais recentes manifestações golpistas, provocadas por vândalos em Brasília, que fecharam ruas, incendiaram veículos e tentaram invadir a sede da Polícia Federal exigindo a libertação de um líder indígena, apoiador de Bolsonaro, acendeu um alerta nas autoridades internacionais.
Para os líderes estrangeiros, o reconhecimento do governo eleito como um governo legítimo, dado pelos resultados das urnas é uam forma também de mostrar que o mundo está de olho no Brasil pelo temor de que o país seja alvo dos extremistas de direita que são uma ameaça de minar a democracia não só aqui, mas em outros países do ocidente também.