Escrito por: Redação CUT
Categoria está sem reajustre salarial há mais de 5 anos e acusa Ratinho Júnior de não cumprir o direito constitucional de reposição da inflação nos salários
Em greve desde o dia 8 de abril por reajuste salarial, os servidoras e servidores da Saúde do estado do Paraná realizaram, nesta terça-feira (19), um protesto em frente à Assembleia Legislativa.
A categoria está há mais de cinco anos sem reajuste e acusa o governo do Estado, até o início do mês comandado por Ratinho Júnior (PSD), que renunciou ao cargo para e candidatar a reeleição, por não cumprir o direito constitucional de reposição da inflação nos salários do funcionalismo.
A última projeção do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público da Saúde e da Previdência do Estado do Paraná (SindSaúde-PR) é de que, em maio, mês da data base, a defasagem ultrapasse 36% e falta de dinheiro nos cofres não é justificativa aceitável.
“O governo tem dinheiro em caixa e a legislação permite que se faça a reposição da inflação nos salários até o dia 3 de julho, que corresponde a 180 dias antes do fim do mandato. Não estamos pedindo aumento, mas apenas o reajuste inflacionário garantido pela Constituição Federal”, afirma a coordenadora do SindSaúde-PR, Olga Estefania.
Outros itens da pauta
Os trabalhadores ligados à Secretaria de Estado da Saúde (SESA) também reivindicam o fim da privatização da Saúde no Estado, fim da contratação de profissionais por meio de cooperativas, terceirizações e quarteirizações, retorno para a administração da SESA das unidades de Saúde que estão hoje sob a gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas), pagamento dos anuênios e quinquênios retroativos a 2020 e retorno da Gratificação por Atividade de Saúde (GAS) no período de licença.
Adesão à greve aumenta
A adesão à paralisação, de acordo com o SindSaude-PR cresce a cada dia.
No Hospital de Dermatologia Sanitária, onde a categoria sofre com a admnisitração da Funeas, a adesão à greve é de 95% da enfermagem.
“Desde que a Funeas assumiu, o horário de atendimento passou de 12 horas diárias em seis dias da semana para oito horas de segunda a sexta-feira. No entanto, o número de pacientes aumentou, sobrecarregando os profissionais e afetando a qualidade do atendimento”, relata umas das profissionais que atendem na unidade e que não quis se identificar com receio de represálias.
Uma trabalhadora do Hospital São Roque também confirma a piora das condições de trabalho. Segundo ela, desde que administração da Funeas assumiu as condições de trabalho pioraram. “Querem produção, ou seja, quantidade, e não oferecem material adequado. Faltam lâminas de bisturi e curativos iniciais. Temos pacientes que viajam até seis horas para serem atendidos e não há mais oferta de alimentação. Além disso, não há locais nas proximidades do hospital para que eles adquiram um lanche”.
A maioria dos servidores que trabalha no Hospital Regional do Litoral (HRL) também aderiu à greve e vem promovendo manifestações em frente à unidade de saúde e nas ruas de Paraná.
“Estamos informando a todas e todos os motivos da nossa greve, resultado da intransigência do governador Ratinho Junior e da sua negativa em receber as trabalhadoras e trabalhadores para negociar”, disse a dirigente do SindSaúde-PR, Luciane Nunes Borges.
Luta e dos servidores da ativa e dos aposentados
A não reposição dos índices inflacionários nos salários e benfícios é a principal reivindicação da categoria, pois prejudica tanto profissionais da ativa quanto aposentadas e aposentados, que estão ajudando na mobilização para reforçar ainda mais o movimento na capital e no interior do estado.
“Ou paramos todas as unidades agora ou podemos chegar a ganhar menos do que um salário mínimo, como já aconteceu no passado”, diz Dorotéia Caetano, dirigente do SindSaúde-PR.
“Sempre participei das lutas do SindSaúde-PR e isso trouxe muitos avanços. Agora, aposentado, estou aqui de novo, pois além do governo não pagar a reposição da inflação, ainda taxou nossos rendimentos. Por acaso o governo vai nos aposentar de novo?”, questiona Riva Rodrigues, da Lapa, que reforça a convocação para a greve. “É hora de união para pressionar o governo”.
Com informações do Sindsaude-PR.