Escrito por: APP-Sindicato
Dia Nacional de Luta pela Educação reuniu também servidores de outras áreas, todos com salários defasados
O clima chuvoso e a postura autoritária do governo de Ratinho Júnior (PSD) – que determinou a retirada do caminhão de som antes do ato – não intimidaram a manifestação dos servidores e das servidoras na manhã desta quarta-feira (16), em Curitiba (PR).
Educadores de diversas regiões do Paraná somaram forças com colegas de outras categorias do Estado para exigir respeito, direitos e salário digno, com foco na defesa dos serviços públicos e no pagamento da Data-Base.
“A educação não teve 38% de aumento. Todos nós que estamos aqui recebemos apenas 3%. O governador mentiu e manobrou para aplicar o Piso de forma errada e dizer para a população que trabalhamos pouco, recebemos muito e reclamamos de novo. Chega de arrancarem de nós o que é nosso por direito”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto.
Não se trata de aumento salarial, mas de justiça. O governo Ratinho Jr deve quase 34% de reposição ao conjunto do funcionalismo, que viu o seu poder de compra derreter em seis anos de salários praticamente congelados. Enquanto os(as) trabalhadores(as) são abandonados(as), sobra dinheiro nos cofres do Estado, que registrou um superávit de mais de R$ 7 bilhões em 2021.
O ato, organizado pelo Fórum de Entidades Sindicais (FES), também expressou as pautas do Dia Nacional de Lutas pela Educação, convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), como a luta contra a privatização, a terceirização e a militarização, por concursos públicos e pela correta aplicação do Piso Nacional nos estados e municípios.
“A terceirização dos funcionários custou R$ 215 milhões por ano a mais do que se tivesse mantido os PSS. A Unicesumar ganhou R$ 38 milhões para trocar professores(as) por televisões em sala de aula. A escola virou uma vitrine de propaganda das empresas que apoiam as campanhas destes governos”, ressalta Walkiria.
O interior também marcou presença. Com 82 anos de idade e mais de 30 de aposentada, a professora Lucia Pazim veio de Cianorte e já participou de muitas lutas, mas nunca viu um governo tratar tão mal quem dedicou a vida à educação.
“Estão tirando tudo que conquistamos em décadas. Estão sucateando tudo. Não queremos favor, queremos os nossos direitos!”, lamenta.Quem não pôde comparecer às ruas, manifestou sua indignação nas escolas estaduais.
Confira aqui algumas imagens do ato.