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PR: Petroleiros e petroquímicos unidos contra privatizações

Direção da Petrobras anunciou no dia 11 a venda de fábricas do setor de fertilizantes.

Publicado: 17 Setembro, 2017 - 09h38 | Última modificação: 18 Setembro, 2017 - 15h03

Escrito por: Davi Macedo / Brasil de Fato

Davi Macedo / Brasil de Fato
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Ato ocorreu na quarta (13), em frente à fábrica Fafen-PR, uma das que podem ser vendidas

Dois dias após o anúncio feito pela direção da Petrobras de que vai privatizar fábricas do setor de fertilizantes, trabalhadores petroleiros e petroquímicos realizam protesto no Paraná. A manifestação ocorreu em frente à Araucária Nitrogenados (Fafen-PR), localizada na região metropolitana de Curitiba.

A Fafen-PR, de Araucária, e a Unidade de Fertilizantes III, do Mato Grosso do Sul, são as duas unidades disponibilizadas para venda, conforme anúncio feito na segunda-feira (11) pela Petrobras. Como o Brasil produz apenas 24% dos fertilizantes que consome, os outros 76% vêm de importação de multinacionais como Bunge e Cargill, essa privatização representa uma séria ameaça à soberania nesse setor estratégico para um país que tem na produção de alimentos e na exportação de grãos um importante mercado para a economia nacional.

No entanto, a direção da Petrobras não terá caminho fácil para viabilizar a venda. Para o ato desta quarta, os petroleiros saíram em marcha por cerca de um quilometro, distância entre o portão principal da Repar e a entrada da Fafen-PR, na área industrial do município de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, em demonstração de solidariedade aos petroquímicos e união nesta luta contra as privatizações.

“Foi um dia histórico que renova essa aliança na luta entre os petroleiros e os petroquímicos do Paraná e Santa Catarina. Estamos juntos nessa luta e não vamos deixar esse entreguista do Pedro Parente vender o patrimônio público a preço de banana, jogando para o capital externo nossas indústrias de refino e petroquímica. A classe trabalhadora demonstra que está unida e vamos fazer de tudo para vencer mais essa batalha”, disse Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR e SC.

O secretário de comunicação da FUP e dirigente do Sindiquímica-PR, Gerson Castellano, que é trabalhador da Fafen-PR, também ressaltou a união das categorias. “Precisamos entender que somos proletários, trabalhadores, e que a luta de classe está colocada. É mais que solidariedade, é o nosso instinto de sobrevivência que agora está sendo posto à prova. A privatização da Fafen sendo indicada é um grande sinal para que outras ocorram em todo o Sistema Petrobras. Então, o simbolismo do pessoal da Repar participar em conjunto aqui é algo muito forte, que nos anima e mostra que ainda é possível avançar na construção do ideal da luta de classe”.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, participou do ato e destacou o protagonismo da estatal. “Ela [a Petrobras] é o retrato de um país que não se submete aos ditames do capital internacional. A Petrobras representa o que há de melhor no povo brasileiro. Por isso que eles tanto atacam a Petrobras. O nosso calvário começa a partir do momento que nós, trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, descobrimos o Pré-sal”, afirmou.

A luta em defesa da Fafen-PR enquanto subsidiária integral da Petrobras deve ser radicalizada daqui para a frente. “Na parte jurídica, fizemos denúncias ao Ministério Público do Trabalho e à Polícia Federal porque esse processo de desmonte já ocorre há muito tempo. Eles [direção da Petrobras] estão sucateando, precarizando e não estão produzindo. Agora nós vamos fazer algumas ações mais contundentes. Se for o caso, até de construir uma grande ocupação nessa unidade. Que os trabalhadores tomem a frente, ocupem essa fábrica e produzam esse insumo tão necessário para o país”, apontou Castellano.

Edição: Ednubia Ghisi