Escrito por: Porem.net
Trabalhadores das universidades estaduais do Paraná farão nesta terça-feira (3) um dia de mobilizações em defesa da universidade pública e contra o desmonte promovido pelo Governo Beto Richa (PSDB). De acordo com os sindicatos, a partir de 2015, o governador tem intensificado o ataque a autonomia das universidades, prejudicando os três pilares que regem o funcionamento das instituições: ensino, pesquisa e extensão.
Desde então os calendários acadêmicos nas universidades têm iniciado sob ameaça de suspensão. Em 2018 não foi diferente após o governador publicar um decreto autorizando a contratação de professores temporários com carga horária bem inferior à necessidade das IEES. Após pressão dos reitores, a Secretaria de Estado, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) voltou atrás e alterou o decreto.
Apesar da manutenção dos calendários, os sindicatos ressaltam que o ano letivo segue ameaçado por dois problemas graves para a manutenção da qualidade dos serviços prestados pelas universidades públicas. Aliado a falta de contratação de professores e agentes universitários por meio de concursos, o governo tem cortado o custeio para atividades de ensino; entre elas: limpeza, segurança, reagentes para laboratórios, material de expediente, apoio para participação em eventos científicos, entre outros.
Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), uma das instituições que sofre com esses cortes, acontecerão panfletagens e manifestações nos Campi e no Hospital Universitário. “Essa mobilização estadual tem como objetivo chamar a atenção da sociedade sobre as condições das universidades do estado. Além da gritante falta de professores que podem comprometer as atividades de ensino, pesquisa e extensão, temos tido cortes que tem afetado os estudantes e a assistência à saúde no HUOP e clínicas”, comenta Giancarlo Tozo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste), entidade que organiza os atos em conjunto com o Sindicato dos Docentes da Unioeste (Adunioeste) e o movimento estudantil.
Em 2017 a Unioeste recebeu R$ 11,328 milhões para o custeio das atividades de ensino: 44,57% menos recursos que em 2014 (R$ 20,436 milhões). Para 2018, o governo previu, por meio da LOA/2018, a destinação de um montante ainda menor: R$ 9,744 milhões, 52,32% menos recursos em relação ao orçamento executado em 2014.
Aliado aos cortes orçamentários, Tozo lembra que a Unioeste há muitos anos não tem contratações por meio de concurso público. “Existem vários cursos de graduação com disciplinas sem aulas pela ausência de contratações. Por falta de professores, em um dos cursos da Unioeste, algumas disciplinas que deveriam ter sido ministradas integralmente no ano letivo passado, serão concluídas apenas no primeiro semestre de 2018. Tal situação sobrecarrega os estudantes e pode ampliar a reprovação ou desistência”, aponta.
Além da Unioeste, estão programadas panfletagens organizadas pelos trabalhadores na UEM (Maringá), UEL (Londrina), Unicentro (Guarapuava) e UEPG (Ponta Grossa).