Escrito por: Redação RBA

Práticas antirracistas na comunicação, um debate fundamental

Seminário promovido pelo Centro de Comunicação e Letras do Mackenzie nos dias 11, 12 e 16 de novembro foi organizado com a participação de alunos negros

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Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. A máxima ganhou ainda mais força e sentido de alguns anos para cá. Com a ascensão de um governo de extrema direita, o país retrocedeu nos poucos avanços conquistados no sentido de combater essa absurda desigualdade no Brasil. Assim, falar sobre práticas antirracistas na comunicação é um debate fundamental. É esse o tema do I Seminário da Consciência Negra do Centro de Comunicação e Letras (CCL) do Mackenzie que começa nesta quinta-feira (11), às 11h. Os encontros serão online e transmitidos ao vivo pelo canal do CCL no Youtube: https://tinyurl.com/25b6a9hw.

O antirracismo é um estado de consciência que necessita tempo para se estabelecer e exige de nós trabalho constante, sensibilização, solidariedade, planejamento, conhecimento do processo histórico que nos trouxe até aqui, além de uma boa dose de inconformidade”, afirmam os organizadores do curso. “Essa consciência cabe a qualquer pessoa que se coloque contra a reprodução das desigualdades, deseje deixar de contribuir com suas estruturas e ser parte da mudança.”

Consciência Negra

Na convocação para o seminário, os organizadores lembram a origem do 20 de novembro, oficialmente instituído Dia da Consciência Negra em 2003. A data relembra o assassinato do líder quilombola Zumbi dos Palmares, na Serra da Barriga em Alagoas, em 1695, por bandeirantes enviados pelos portugueses. Reconhecido como feriado apenas em cinco estados brasileiros, o Dia da Consciência Negra é uma conquista do movimento negro para celebrar batalhas negras por liberdade e não a concessão circunstancial da liberdade, como no caso do feriado de 13 de maio.

E explicam: o chamado Dia da Abolição da Escravatura, instituído em 1890, dois anos depois da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, buscava celebrar a “fraternidade entre os brasileiros”. “Uma falácia rejeitada pela militância negra que insistia na denúncia das condições sub-humanas às quais a população negra esteve submetida desde então”, ensinam.

Para os organizadores, depois de anos comemorando o dia 20 simbolicamente, novembro finalmente passou a ser um mês marcado pelo debate racial no país. “E para além da escuta ativa de narrativas negras individuais, discussões sobre a relevância de políticas públicas pela equidade racial, é preciso olhar para a educação e para as possibilidades de construção de um ensino que seja fundamentalmente antirracista”, avaliam os professores. Esse é o objetivo do seminários sobre práticas antirracistas: “Ou seja, que se preocupe em romper com os mecanismos responsáveis pela perpetuação das desigualdades entre negros e brancos no Brasil”.

Programação do seminário

Quinta-feira, às 11h  Desafios para uma comunicação antirracista
Tom Farias (@tom_farias_oficial) – jornalista, crítico literário e biógrago
Robson Rodriguez (@robsonrodriguez) – publicitário e fundador e CEO da Freakout
Drª Elisangela Nogueira (@elisangela_nog) – professora no colégio e no EAD do Mackenzie

Quinta-feira, às 17h – Iconografia antirracista
Com Antônio Junião (@juniaooo) – diretor na Ponte Jornalismo, ilustrador e cartunista

Sexta-feira, às 11h  Equidade racial no discurso e na prática
M.a Midiã Noelle (@midinoelle) – jornalista, midiativista e idealizadora da Commbne
M.a Bruna Rocha (@buarrocha) – jornalista, pesquisadora e idealizadora da plataforma Semiótica Antirracista

Sexta-feira, às 17h  Colorindo as revistas femininas
Ana Carolina Pinheiro (@anacarolipa) – Editora-assistente CLAUDIA Online
Laís Franklin Vieira (@laisfranklin) – Editora-assistente Vogue Brasil

Terça-feira, às 11h – Questões raciais e os desafios da cobertura esportiva
M.a Júlia Belas (@july_bt) – jornalista especializada em jornalismo esportivo
Marcelo Carvalho (@mmcarvalho8) – diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol