Escrito por: Redação CUT
O domingo foi marcado pelo racismo em campo. No Mineirão, torcedor agride segurança. Na Ucrânia, os jogadores brasileiros Taison e Dentinho se revoltaram com ofensas racistas e saíram do campo chorando
No mês da Consciência Negra, dois episódios de racismo no futebol, no Brasil e na Ucrânia, revoltaram e chamaram a atenção para o preconceito enraizado tanto aqui quanto no mundo. Esses dois episódios mostram que é urgente falar da luta antirracista no mundo do esporte neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil.
No Brasil, um torcedor do Atlético-MG aproveitou uma confusão no Mineirão para cometer crime de racismo na tarde de domingo (10). Durante discussão com um membro da equipe de segurança contratada pelo estádio, o torcedor do Galo disse num tom de quem se achava superior por causa da sua cor: "olha a sua cor".
"Você é racista?”, reagiu o segurança.
Durante a confusão, alguém puxou o racista pelo braço, mas seu rosto foi mostrado em rede nacional de televisão. Se as autoridades quiserem, podem identificá-lo e puni-lo.
No mesmo dia, na Ucrânia, o atacante Taison se revoltou durante o jogo entre Shakhtar Donestk e Dínamo Kiev, neste domingo, pelo Campeonato Ucraniano, quando torcedores do Kiev, time visitante, gritaram ofensas racistas contra ele e Dentinho, ambos brasileiros, com sons imitando macacos.
Revoltado, Taison respondeu mostrando o dedo do meio e chutando a bola para longe. Foi o único punido com a expulsão, e deixou o campo chorando. Dentinho também ficou revoltado e, como o amigo, deixou o campo chorando.
Em suas redes sociais, a direção do Shakhtar postou uma mensagem em apoio a dupla brasileira: 'Vocês são os melhores', mostra a Fox Sport.
Nesta segunda, em sua conta oficial no Instagram, Taison postou a foto em que mostra o dedo do meio para os torcedores do Kiev e um texto onde afirma que jamais vai se calar diante de um "ato tão desumano e desprezível".
No texto ele diz, ainda: "Amo minha raça, luto pela cor, o que quer que eu faça é por nós, por amor...”.
“Jamais irei me calar diante de um ato tão desumano e desprezível! ”, continuou o jogador.
Taison disse também que chorou de indignação, mas que foi ensinado a lutar, ser forte e antirracista.
“Minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência, impotência por não poder fazer nada naquele momento! Mas somos ensinados desde muito cedo a sermos fortes e a lutar! Lutar pelos nossos direitos e por igualdade! O meu papel é lutar, bater no peito, erguer a cabeça e seguir lutando sempre! Em uma sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos ser antirracistas!”
De acordo com ele, “O futebol precisa de mais respeito, o mundo precisa de mais respeito! ”.
Com informações da Fox Sports