Escrito por: Redação CUT
Índice ficou em 0,16%, abaixo da expectativa do mercado financeiro que era de 0,25%. É o menor índice para o mês de março desde 2020
Os preços dos alimentos subiram em março com menor intensidade do que em fevereiro. No mês passado o índice da alimentação ficou em 0,53% ante 0,93% do mês anterior. A diferença de 0,40% entre um período e outro ajudou a inflação fechar em 0,16%, já que entram oito outros fatores na composição do índice. Veja abaixo o que compõe a inflação.
Os dados são da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira (10). Para André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, os preços dos alimentos ainda são os protagonistas do IPCA por conta de fatores sazonais, somados à influência do fenômeno El Niño. Em meses de calor e chuva, a safra de alimentos in natura sofre impacto e reduz a oferta de determinados produtos
No geral, em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,67 % em relação à taxa de fevereiro (0,83%). No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2023, a variação havia sido de 0,71%.
Confira na tabela
Período
TAXA
Março de 2024
0,16%
Fevereiro de 2024
0,83%
Março de 2023
0,71%
Acumulado do ano
1,42%
Acumulado nos últimos 12 meses
3,93%
Os 0,16% de março estão abaixo da expectativa do mercado financeiro que espera uma inflação de 0,25% neste mês. É o menor índice para março desde 2020.
O que entra na composição da inflação e seu impacto no índice geral
Grupo
Variação (%)
Impacto (p.p.)
Fevereiro
Março
Fevereiro
Março
Índice Geral
0,83
0,16
0,83
0,16
Alimentação e bebidas
0,95
0,53
0,20
0,11
Habitação
0,27
0,19
0,04
0,03
Artigos de residência
-0,07
-0,04
0,00
0,00
Vestuário
-0,44
0,03
-0,02
0,00
Transportes
0,72
-0,33
0,15
-0,07
Saúde e cuidados pessoais
0,65
0,43
0,09
0,06
Despesas pessoais
0,05
0,33
0,01
0,03
Educação
4,98
0,14
0,29
0,01
Comunicação
1,56
-0,13
0,07
-0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços
Os grupos que subiram
No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).
A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Enquanto o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%. O subitem refeição (0,09%) teve variação inferior à observada no mês de fevereiro (0,67%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,43%), o resultado foi influenciado pelas altas do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%). Destes, destacam-se o anti-infeccioso e antibiótico (1,27%) e o analgésico e antitérmico (0,55%).
Em Habitação (0,19%), a energia elétrica teve alta de 0,12%, influenciada por reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (1,18%).
Em taxa de água e esgoto houve aumento de 0,04%, por conta do reajuste de 4,04% em Aracaju (4,04%), a partir de 1º de março. No resultado do gás encanado (-0,05%), houve apropriação residual dos seguintes reajustes tarifários, com vigência a partir de 1º de fevereiro: no Rio de Janeiro (-0,09%), redução média de 1,30%; e em Curitiba (-0,15%), redução de 2,29%.
No grupo Transportes (-0,33%), houve queda nos preços da passagem aérea (-9,14%). Entre os combustíveis (0,17%) pesquisados, etanol (0,55%) e gasolina (0,21%) tiveram alta, enquanto gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços. O subitem táxi apresentou alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.
Ainda em Transportes, a variação do ônibus urbano (-0,06%) foi influenciada pela unificação de tarifas em Recife (-1,21%), a partir de 3 de março; e pelo reajuste de 2,15% em Campo Grande (1,08%), a partir de 15 de março. Em ônibus intermunicipal (0,75%), reajustes foram aplicados no Rio de Janeiro (6,93%), a partir de 24 de fevereiro. No subitem trem (-0,19%), houve incorporação residual da redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro (-0,42%), a partir de 2 de fevereiro.
Nos índices regionais, somente Porto Alegre (-0,13%) registrou recuo de preços, por conta da queda nos preços da batata-inglesa (-18,42%) e da gasolina (-2,41%). Já a maior variação ocorreu em São Luís (0,81%), influenciada pela alta do tomate (23,51%).
Metodologia
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 01 de março a 28 de março de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de janeiro a 29 de fevereiro de 2024 (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
INPC tem alta de 0,19% em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para quem ganha até cinco salários mínimos, teve alta de 0,19% em março.
No ano, o INPC acumula alta de 1,58% e, nos últimos 12 meses, de 3,40%, abaixo dos 3,86% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2023, a taxa foi de 0,64%.
Os produtos alimentícios passaram de 0,95% em fevereiro para 0,50% em março. A variação dos não alimentícios foi de 0,77% para 0,09%.
A pesquisa completa do IBGE pode ser acessada aqui.