Prefeito de São Leopoldo (RS) anuncia passe livre nos ônibus no domingo de eleições
Medida de Ary Vanazzi, do PT, vai na contramão da tomada pelo prefeito de Porto Alegre, o bolsonarista Sebastião Melo, do MDB, que acabou com o passe livre no dia da eleição na capital gaúcha
Publicado: 29 Setembro, 2022 - 15h22 | Última modificação: 29 Setembro, 2022 - 15h49
Escrito por: CUT-RS
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), assinou nesta quinta-feira (29) um decreto que determina isenção de tarifa nos ônibus no próximo domingo, 2 de outubro, dia do primeiro turno das eleições de 2022, durante o horário da votação. Decisão de Vanazzi vai na contramão da tomada pelo prefeito de Porto Alegre, o bolsonarista Sebastião Melo (MDB), que acabou com o passe livre no dia da eleição na capital gaúcha.
A medida foi anunciada após acordo com o consórcio das empresas de transporte público do município. Outras cidades brasileiras também já anunciaram que não cobrarão tarifa, como o Rio de Janeiro.
O poder público tem a obrigação de garantir o acesso dos cidadãos ao maior processo eleitoral que existe, a eleição direta dos representantes do povo. Nós aqui em São Leopoldo não poderíamos nos furtar a essa responsabilidade e, num diálogo positivo com o consórcio das empresas de transporte, conseguimos chegar a um acordo e, domingo, dia 2 de outubro, teremos passe livre na cidade no horário do pleito. Agradecemos aos empresários pela compreensão deste momento histórico e precioso para a democracia.
Melo alterou legislação vigente há quase 30 anos
O fim do passe livre no dia da eleição é um dos assuntos mais comentados em todo o país, após a revelação de que capital gaúcha não terá neste ano isenção de pagamento da passagem nos ônibus após quase três décadas.
Melo, que aparece na foto abaixo sorridente, apertando a mão do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que mais atacou direitos da classe trabalhadora, alterou a lei municipal, em dezembro do ano passado, limitando o passe livre ao feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira da cidade, e a dias de vacinação, podendo chegar ao máximo de seis datas por ano dentro dessas situações.
Pela legislação anterior, aprovada em 1995, durante o mandato do prefeito Tarso Genro (PT), a Prefeitura podia estipular até 12 datas por ano em que os usuários não pagavam passagem, incluindo dias de eleição, campanhas de vacinação e até um domingo por mês.
A CUT-RS e as centrais sindicais solicitaram nesta quarta-feira (28) uma audiência com o prefeito de Porto Alegre para reivindicar o passe livre na eleição de próximo domingo. Até agora Melo não agendou reunião.