O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira, destaca também a busca por reverter os descontos previdenciários aplicados sobre os aposentados.
Sete anos com reajuste zero
Servidores municipais protestaram nessa quinta pelas ruas do centro da capital paulista e em frente à prefeitura. Reivindicações foram entregues em março, ms prefeito Ricardo Nunes se nega a dialogar
Publicado: 29 Abril, 2022 - 12h45 | Última modificação: 29 Abril, 2022 - 12h51
Escrito por: Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual
Milhares de servidores municipais foram às ruas do centro de São Paulo e à frente da prefeitura, nessa quinta-feira (28), reivindicar que o governo de Ricardo Nunes (MDB) inicie a negociação da campanha salarial deste ano. Os trabalhadores entregaram a pauta de reivindicações no dia 11 de março. Uma primeira manifestação para cobrar respostas já havia sido realizada em 8 de abril. Mas, até agora, o prefeito se nega a dialogar e joga para meados de maio uma resposta, buscando dividir a campanha unificada, na avaliação dos servidores.
Dentre as reivindicações está o reajuste de 45,14% nos salários de todo o funcionalismo, para repor as perdas dos últimos 7 anos. Assim como a realização de concursos públicos e o fim dos processos de terceirização, privatizações, concessões e dos contratos com organizações sociais, as ‘OSs’. Os trabalhadores também cobram um aumento no vale alimentação, proporcional por categoria. E a garantia de uma revisão geral anual plena para todo o funcionalismo público da capital paulista. A proposta passa pela necessidade de aprovação de uma lei na Câmara Municipal.
“Tiraram a isenção inclusive do pessoal com doença grave. Eles (do governo) têm uma mentalidade criminosa, sem nenhuma empatia. Temos servidores que estão morando na rua, que não têm casa para morar e são aposentados. Estamos vivendo uma situação muito grave, com 12% de inflação, perdas acumuladas desde 2015 que já passaram de 46%. Uma cidade que tem o quarto ou quinto maior orçamento do Brasil, com R$ 27 bilhões em caixa que ele (Ricardo Nunes) não utilizou no ano passado provavelmente para usar neste, que é um ano eleitoral, de forma eleitoreira. E nenhuma resposta para os servidores municipais que acumulam perdas ao longo do tempo”, critica o dirigente sindical.
A Lei de Responsabilidade Fiscal limita os gastos com pessoal a até 54% da receita. O que mostra que o governo Nunes tem uma boa margem para valorizar os trabalhadores, destacam. Segundo Antiqueira, mesmo que fosse concedido o reajuste total pedido pelos servidores, o gasto com pessoal nem chegaria perto do limite. “Ele (Nunes) não tem justificativa. A única justificativa que ele tem, de motivação, na verdade, é de acabar com o serviço público e os servidores e matar os aposentados, inclusive aqueles com doenças graves”.
Desde 2001, os servidores municipais da cidade de São Paulo recebem um reajuste anual de 0,01%. Apenas nos últimos sete anos, os trabalhadores calculam que as perdas pela inflação estão acumuladas em mais de 45%. O índice é idêntico ao que Nunes teve de aumento salarial deste início do ano. Acabar com essa política de reajuste zero é também um ponto fundamental da campanha salarial unificada dos servidores municipais.