Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini
De volta após mais de 5 anos, o Prêmio CUT – Liberdade e Democracia, chega à sua 4ª edição, será entregue no CONCUT para homenagear personalidades que se destacaram na defesa da democracia brasileira
A celebração dos 40 anos da CUT, completados em 28 de agosto de 2023, terá um momento especial em outubro, com a volta do Prêmio CUT Liberdade e Democracia, Sempre, que após cinco anos, chega à sua 4ª edição este ano e acontecerá junto às atividades do 14° Congresso Nacional da CUT (CONCUT), de 19 a 22 do próximo mês. A programação completa do 14° CONCUT será divulgada no início do mês de outubro.
Todas as informações sobre o Prêmio, indicados e também acesso para votação estão no site premio.cut.org.br. Aberta a todos e todas, a votação se encerra no dia 10 de outubro. Já a cerimônia de premiação será realizada no dia 21, a partir das 19h30 no 14º CONCUT, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Criado em 2010, ao homenagear personalidades e instituições que se destacam na defesa da democracia, o prêmio tem por objetivo manter viva a história, valorizando a trajetória dessas personalidades e servindo como referência para as gerações futuras em suas lutas.
Em 2023, o tema “Liberdade e Democracia, Sempre” não poderia ser mais atual. A CUT, junto de suas entidades filiadas e movimentos populares foram decisivos para derrotar, em 2022, o projeto de governo de extrema direita que levou o país a uma crise generalizada e sem precedentes, desempregou e precarizou o trabalho de milhões de brasileiros e brasileiras e trouxe de volta a tragédia da fome, colocando em risco as instituições, a democracia e a liberdade no país.
Junto a essa luta somaram-se brasileiros e brasileiras e entidades que, por meio de sua atuação e militância reforçaram à árdua luta para preservar o Estado Democrático de Direito no Brasil e barrar os ataques neofascistas nos últimos anos.
Luta pela democracia – o cenário do Brasil e suas personagens destaque
Os últimos sete anos, desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, se constituíram em período em que a democracia brasileira foi duramente atacada e correu sério risco de desaparecer. Do ódio propagado pelos golpistas tendo como suas figuras principais os asseclas do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre eles seus próprios filhos, outros políticos de direita e influenciadores, ao mar de mentiras – as fake news – que minaram a opinião pública, o que resultou na eleição do ex-presidente, o país viveu um período de caos e terror para a classe trabalhadora e para os setores mais vulneráveis da sociedade.
Porém, nesse período houve, do outro lado, a incansável luta das forças democráticas, em uma ação hercúlea de combate ás mentiras e ao ódio, luta por direitos, desconstrução de armações jurídicas como a que levou o ex-presidente Lula, um símbolo de liberdade, à prisão e impedindo-o de concorrer nas eleições de 2018.
Toda essa luta, feita por brasileiros e brasileiras de grande valor, além de manter viva a chama da esperança, trouxe o Brasil de volta este ano, após a eleição de um governo democrático-popular – projeto que derrotou o fascismo em 2022.
A 4ª edição do Prêmio CUT encontra um país em reconstrução e ainda na luta contra os retrocessos instalados aqui instalados pelo governo anterior. Por isso, nada mais pertinente que sejam homenageadas as pessoas e entidades que, ao lado da CUT, resistiram e lutaram durante todo esse período.
Essenciais para o exercício da cidadania, a democracia e a liberdade são princípios interligados, ou seja, um não pode ser exercido sem o outro. Sem democracia, não há liberdade. Sem liberdade, não há democracia.
Os indicados para no 4º Prêmio CUT – Liberdade e Democracia, Sempre!
Para cada categoria, há três indicados, escolhidos previamente por uma comissão instituída pela CUT, com participação de personalidades que se dedicam à defesa da democracia e da liberdade.
Após a escolha dos indicados, a votação acontece por meio do site oficial do Prêmio CUT
Categoria 1 - Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos
Antropóloga, feminista, antifascista e militante pelos direitos de pessoas com deficiência e doenças raras. Adriana faleceu em janeiro de 2023.
Incansável defensor dos direitos humanos, em especial da população em situação de rua
Ex- Juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, conhecida pela sua militância na defesa dos Direitos Humanos
Categoria 2 - Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras
Trabalhador rural, destaque como liderança sindical na região Norte, durante os anos de luta contra a ditadura militar. Ajudou a fundar a CUT
Categoria 3 - Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça pelos Povos Originários, das Águas e das Florestas
Categoria 4 - Personalidade de destaque na luta por Democratização da Comunicação, Imprensa Livre e combate às Fake News
Categoria 5 - Entidade de Destaque na luta por Democracia e Liberdade no Brasil e no Mundo
Categoria 6 - Entidade de destaque na luta por Democratização da Comunicação, Imprensa Livre e combate às Fake News
Veja aqui a biografia detalhada de cada um dos indicados
Galeria de premiados
Ao longo dos anos, desde 2010, em sua primeira edição o prêmio CUT já homenagou importantes figuras da história recente do Brasil. Entre elas, Frei Betto, Maria da Penha, Dom Pedro Casaldáliga, Luiz Inácio Lula da Silva, Julio de Grammont, Henfil, Margarida Alves, Marilena Chauí, Luiz Gushiken e Chico Buarque
Veja aqui os premiados na 1ª edição
Veja aqui os premiados na 2ª edição
Veja aqui os premiados na 3ª edição
História
A Central Única dos Trabalhadores promove o Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, desde 2011, quando correu a primeira edição. O Manifesto de Lançamento da premiação foi apresentado no dia 13 de dezembro de 2010, em um ato público realizado no Rio de Janeiro, na data em que foram completados 42 anos do AI-5.
O contexto original à época da criação era manter acesa a chama da luta por democracia. Isso porque ao longo do século passado, a democracia e a liberdade sempre sofreram duros ataques. O pior e mais longo período de cerceamento de liberdade foi a ditadura militar que perdurou por mais de duas décadas, a partir do golpe de 1964.
Mas, a mobilização popular fez com que o Brasil caminhasse para a democracia, colocando fim àquele período sombrio e reestabelecendo direitos como o de eleger presidentes do país.
“Junto com a luta pela democracia, os brasileiros também foram reconquistando, aos poucos, a liberdade que lhes havia sido sequestrada pelo golpe de 1964 e efetivamente suprimida pelo Ato Institucional nº 5, em 1968. Censura e proibição do direito de reunião, de opinião e de expressão foram algumas das facetas da liberdade roubada da Nação naquele período”, diz trecho da apresentação do Prêmio CUT
No entanto, para que a liberdade e a democracia se consolidem – inclusive com a garantia de direitos fundamentais para o exercício da cidadania – é preciso vigilância constante. E, para isso, a sociedade e suas entidades, além de manterem viva a história do país, devem perpetuar os dois valores para que as futuras gerações os defendam com o mesmo vigor com que milhões de brasileiros defenderam – centenas com a própria vida – ao longo do século passado e nesta primeira década do século XXI.
E manter viva essa chama é o propósito do Prêmio CUT – Liberdade e Democracia Sempre.