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Presidente da CUT/ES eleito Deputado Estadual

Em entrevista, José Carlos Nunes fala sobre suas expectativas e experiências

Publicado: 03 Novembro, 2014 - 10h32

Escrito por: Edilson Lenk – CUT/ES

 

A apuração dos votos no primeiro turno das eleições no Espírito Santo revelou aos trabalhadores e trabalhadoras capixabas que eles têm uma representação comprometida com os seus interesses. A eleição do presidente da CUT Espírito Santo, José Carlos Nunes, marca uma nova relação do movimento sindical cutista com o Legislativo Capixaba. Essa relação agora, passa a ter uma interlocução privilegiada e disposta a nos ouvir. Nunes deputado promete ser a voz do trabalhador na Assembleia Legislativa. Nessa entrevista ele comenta sobre a sua eleição, sobre projetos e expectativas para sua ação parlamentar.

 

Em primeiro lugar parabéns pela vitória. A que você atribui essa expressiva votação?

Eu agradeço. Atribuo nossa vitória a uma conjunção de forças de trabalhadores e trabalhadoras unidos que decidiram que estava na hora de a classe trabalhadora ter uma representação autêntica e sua. Juntos a vários outros segmentos da sociedade, fomos às ruas, em cada canto do estado, mostrar uma proposta de mandato popular e classista, diferenciado na concepção dos demais mandatos. Nossa vivência legislativa nos trará a experiência dessa convicção. Eu atribuo a vitória de nossa candidatura aos trabalhadores e trabalhadoras capixabas, urbanos e rurais, aliados a uma boa parcela dos movimentos sociais que se tornaram importantes parceiros nesse empreendimento.

 

O que você leva de experiência da sua condição de presidente da CUT no Espírito Santo para o parlamento?

Não levo experiência só da presidência da CUT. Levo a experiência acumulada nos anos em que fui diretor do Sindicato dos Comerciários e da vivência como diretor do Partido dos Trabalhadores. Essas experiências nos levaram a entender a importância do diálogo, da negociação, da incansável capacidade de ouvir e trabalhar com as divergências e, principalmente, com as dificuldades. Para os trabalhadores nada é fácil. Nossas vitórias são fruto de muita luta e muita dedicação e organização. A luta, a dedicação e a capacidade de organização também serão características de nosso mandato.

 

Em que o seu mandato pode se diferenciar dos demais?

Nosso mandato já nasce diferenciado devido às características elencadas na resposta anterior. Formamos um coletivo que pretende usar um mandato parlamentar para representar com legitimidade os trabalhadores e as trabalhadoras capixabas. O mandato de um sindicalista ligado à CUT é uma experiência há muito desejada pela classe trabalhadora capixaba. A diferença desse tipo de mandato é a sua permanente proximidade com os movimentos organizados dos trabalhadores e dos movimentos sociais. Um mandato comprometido com esses interesses torna-se porta voz dos mesmos ao fiscalizar o Executivo e propor leis sempre orientado pelos anseios dos trabalhadores e de suas organizações.

 

Faltam leis para os trabalhadores no Estado?

Sim, muitas. Faltam leis que reflitam os anseios coletados junto às organizações. Os trabalhadores querem uma universidade estadual pública, mais apoio à agricultura familiar, mais ensino profissionalizante, mais acesso à cidadania, mais e melhores empregos, mais saúde, mais educação, pelo fim da violência contra a mulher. Faltam leis que sensibilizem o poder público para a necessidade de se estender a cidadania em sua plenitude para crianças, jovens, adultos e velhos. Nós podemos avançar ainda mais.

 

Isso será possível com a composição que teremos no próximo mandato para a futura assembléia legislativa?

Só é possível, sempre, com pressão popular. Nossas experiências nos mostram que nossas conquistas são fruto do nosso poder de pressão. Quando não pudermos sensibilizar, podemos exercer o legítimo direito de pressão sobre os parlamentares. Nossa democracia se aperfeiçoa assim, com participação popular e cobrança de direitos.

 

A bancada do Partido dos Trabalhadores caiu de 5 para 3 deputados. Como você avalia a atuação da bancada nesse novo quadro conjuntural?

Realmente é uma perda. Mas a bancada de nossa coligação fez 5 deputados estaduais. E ainda há deputados de outros partidos que são abertos ao diálogo em torno de propostas populares. Para além disso, o Partido dos Trabalhadores tem um histórico de fundamentar muito bem suas propostas e defendê-las com garra e participação da sociedade. Entendemos que uma bancada unida e coesa em torno de ações programáticas pode dar um retorno muito positivo para a sociedade.

 

Qual o principal recado que você deixa hoje para a militância sindical capixaba?

O primeiro é que vocês têm, com muito orgulho, um representante legítimo de vocês na assembleia legislativa do Espírito Santo. O segundo é a certeza de terem também um gabinete com as portas abertas para os trabalhadores e trabalhadoras capixabas. Da mesma forma como terão um deputado disposto a ir onde os trabalhadores o convocarem. Queremos construir um mandato coletivo, plural, que represente todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras capixabas, servidores públicos, trabalhadores urbanos e rurais.

 

E para os demais movimentos que o apoiaram?

Eu repito o compromisso de representá-los com altivez, honestidade, coerência e manutenção de todos os meus compromissos de campanha. Nossa campanha buscou os segmentos organizados da sociedade em seus mais variados matizes. E os movimentos sociais são parte integrante desse mandato. Quero aqui agradecer a cada voto de confiança em mim depositado, a cada militante, a cada companheiro ou companheira que doaram seu tempo, seus argumentos e seu voto a uma candidatura comprometida com os interesses dos trabalhadores e com um futuro melhor para toda a nossa sociedade.